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UFRJ promove evento em memória dos 60 anos da instauração da ditadura

Cerimônia Lembrar para não esquecer – 60 anos do golpe que instaurou a ditadura no Brasil aconteceu na ABI

A UFRJ realizou, no dia 16/8, uma cerimônia em memória dos membros da Universidade que foram perseguidos, assassinados, tiveram seus paradeiros ocultados ou foram violentados pela ditadura no Brasil. O período durou de 1964 a 1985. O encontro aconteceu no Auditório da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), no Rio de Janeiro.

A mesa de honra foi composta por Roberto Medronho, reitor da UFRJ; Otávio Costa, presidente da ABI; e Vitor Iório, coordenador da Comissão de Educação da ABI. Medronho deu início à cerimônia saudando os participantes da mesa e exaltando o orgulho de estar “promovendo esta celebração à vida e homenageando nossos heróis”.

Vitor Iório destacou que a ABI, nos seus 116 anos de existência, transformou-se na “casa da resistência política brasileira” e reforçou a necessidade de um evento como aquele: “Nos traz a certeza de que não podemos realmente deixar de lembrar dessa ditadura tão nefasta”. Iório salientou também a importância de apresentar aos jovens o que foi o Golpe de 1964, segundo ele, uma preocupação da ABI.

Otávio Costa afirmou que a escolha do auditório da ABI para o evento foi acertada, pois o lugar é “um símbolo da luta democrática neste país”. Costa relembrou diferentes casos de pessoas que sofreram violências durante o período ditatorial e definiu os que ainda estão vivos, sendo da mesma geração de pessoas de 1964, como sobreviventes:  “Estamos aqui hoje porque sobrevivemos à barbárie. Eles (as vítimas da ditadura) não tiveram essa chance. O que podemos fazer é honrar a memória deles”, declarou Costa.  

O cerimonial da UFRJ destacou como um momento que ilustra a violência ditatorial e o impacto gerado na história da Universidade a expulsão de 19 estudantes da Faculdade Nacional de Filosofia, em 1964. Maria Lucia Teixeira Werneck Vianna, professora aposentada da UFRJ, apresentou suas considerações por meio de um vídeo em que relembrou que a vida cotidiana das pessoas também foi afetada durante a ditadura, inclusive a de quem não era militante. Ela declarou que, mesmo divergindo, todos podem conviver de uma forma democrática. 

Roberto Medronho fez a leitura dos nomes dos homenageados da noite, 25 estudantes da UFRJ desaparecidos e mortos pela ditadura militar: Adriano Fonseca Fernandes Filho, Ana Maria Nacinovic Corrêa, Antônio de Pádua Costa, Antônio Teodoro de Castro, Antônio Sérgio de Matos, Arildo Airton Valadão, Áurea Eliza Pereira Valadão, Ciro Flávio Salazar e Oliveira, Fernando Augusto da Fonseca, Flávio Carvalho Molina, Frederico Eduardo Mayr, Guilherme Gomes Lund, Hélio Luiz Navarro, Jana Moroni Barroso, José Roberto Spigner, Kleber Lemos da Silva, Lincoln Bicalho Roque, Luiz Alberto Andrade de Sá e Benevides,  Maria Célia Corrêa, Maria Regina Lobo Leite Figueiredo, Mário de Souza Prata,  Paulo Costa Ribeiro Bastos, Raul Amaro Nin Ferreira, Sonia Maria Lopes de Moraes e Stuart Edgard Angel Jones.

Os familiares dos mortos e desaparecidos pela ditadura militar do Brasil presentes à cerimônia subiram ao palco para receberem a Medalha Minerva do Mérito da UFRJ. Giovana Almeida Tavares, representante do DCE Mário Prata da UFRJ, destacou que a ditadura militar foi “um duro golpe contra uma educação mais justa e democrática”. 

Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

Você pode assistir à cerimônia na íntegra aqui