Buscava descobrir como arrebatar a grafia das palavras na tentativa de transformar aquelas mágoas em artigos indefinidos.
Após aprender, tornou inomináveis suas dores até que pudesse traduzi-las como simples fantasmas ou meras fantasias.
Equivocado, atacava a natureza ingênua de seus sentimentos, seduzido pela pérfida esperança de conseguir renegá-los um dia.
Entretanto, ao emudecer dessa forma seu peito, terminou com um coração taciturno e repleto de anônimos sem histórias ou voz.
Agora por benção ou maldição, foi obrigado a privar-se do alívio de dizer “eu te amo”, em troca de poder evitar a angústia de precisar admitir algumas fraquezas como “sinto sua falta” ou “estou magoado”, que nos confortam tanto em poder bradar em certos desabafos.
V. Soli
É veterana na UFRJ, onde cursa Defesa e Gestão Estratégica Internacional. Nasceu em Niterói e, atualmente, tem 27 anos. Sua paixão pela poesia começou ainda na adolescência, mas a coragem para publicar seu primeiro texto só se materializou aos 24 anos, quando disputou e ganhou alguns concursos de antologias, como o (In)sensíveis sentimentos, Escreva como uma mulher 2021, Toda forma de amar e Finais felizes, Poesias sem fronteiras, entre outros. Como a dita amante de poesia que é, costuma afirmar ter como principal objetivo dar voz a todos os corações tímidos ou silenciados que sua empatia lhe permite entrevistar.