O reitor em exercício, Carlos Frederico Rocha, assinou uma carta com nove compromissos pontuados por representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE Mário Prata) da UFRJ. Rocha recebeu os alunos no fim da manhã de quinta-feira, 5/5, na sala dos conselhos, na Reitoria, logo depois da sessão especial do Conselho Universitário (Consuni), que criou três órgãos na Universidade. Os discentes expuseram desafios da comunidade acadêmica nessa retomada de atividades presenciais.
Na carta, os estudantes apontam o baixo orçamento discricionário oferecido pelo governo federal à Universidade. Além disso, criticam a gestão do presidente do Brasil por observar uma política de cortes, trazendo um “asfixiamento orçamentário”. Frisam, ainda, a questão da Emenda Constitucional nº 95, que, em termos gerais, acentuou o descompasso de investimentos em áreas básicas, como educação, saúde e proteção social. Em seguida, no texto, são listados pedidos-compromissos que foram observados como legítimos pela Reitoria, considerando que a atenção às demandas do corpo discente é crucial, segundo Rocha.
Os nove compromissos firmados são:
- Abertura de novo Restaurante Universitário (RU) no Centro de Tecnologia (CT), no local onde se encontrava o antigo Burguesão, ainda em 2022.1, com esforços para que seja implementado o quanto antes (por exemplo, até o fim de maio/início de junho). Em 3/5, em nota, a Reitoria havia adiantado que espera colocá-lo em operação em junho.
- Distribuição emergencial de quentinhas em diversos locais da Universidade, como, por exemplo, Edifício Jorge Machado Moreira, Centro de Ciências da Saúde (CCS), Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN), além de outros campi, como Macaé e Faculdade de Direito, e também em campi com restaurantes, como Praia Vermelha e Caxias.
- Implementação de medidas imediatas para a diminuição de filas, como utilização de todos os buffets disponíveis, disponibilização de mais caixas, aumento do tempo de funcionamento dos bandejões etc.
- Abertura de novos RUs, principalmente nos campi que ainda não possuem, como Macaé.
- Abertura do novo edital do Programa de Auxílios o quanto antes e aumento da quantidade de vagas disponibilizadas para os auxílios no próximo edital.
- Continuidade de diversas políticas assistenciais implementadas durante o ensino remoto, como, por exemplo, os Auxílios Emergenciais.
- Implementação de medidas para mais segurança nos campi, principalmente e com urgência na Faculdade de Direito, no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (Ifcs), na Praia Vermelha e próximo ao Centro de Ciências da Saúde. No fim de março, a Prefeitura Universitária anunciou uma força-tarefa para a retomada das atividades presenciais e, entre as iniciativas, a UFRJ oficiou as autoridades policiais para aperfeiçoamento da segurança nas proximidades dos campi.
- Priorização de reformas estruturais fundamentais e pressão institucional pela recomposição orçamentária e pela revogação do Teto de Gastos.
- Contribuição, enquanto instituição de ensino, para a reivindicação por melhores condições de transporte no acesso à Cidade Universitária e aos demais campi da UFRJ, assim como para a pauta do Passe Livre Universitário Intermunicipal e Intermodal.
Em entrevista ao Conexão UFRJ, o reitor em exercício frisou que a assistência estudantil é prioridade para a Reitoria.
“Desde que nós soubemos da entrega da estrutura do Burguesão à Universidade, nós decidimos transformá-lo em restaurante universitário. Estamos tratando desse assunto com todo o cuidado possível e, finalmente, estamos chegando a um acordo sobre os equipamentos deixados. A alimentação estudantil é uma prioridade e nós vamos dedicar esforços para isso, conforme anunciado em nota da Reitoria”, afirmou.
Em conversa com os estudantes, Rocha também apresentou compromissos adicionais da Reitoria no que se refere à assistência estudantil. “Existe um compromisso para ampliação do número de auxílios aos discentes, para aprimorar a política de pertencimento e permanência na UFRJ. Além disso, entregaremos, em breve, o bloco B da Residência Estudantil, o que significa a duplicação de vagas para moradia de estudantes. Pretendemos, ainda antes de o mandato terminar, ampliar o número de vagas na Residência. O esforço é grande”, diz.
Para o vice-reitor, a carta reflete os anseios da Reitoria. “Com os esforços e recursos que temos, também pretendemos ampliar o serviço de alimentação para que os nossos servidores técnico-administrativos e professores possam ter acesso a uma alimentação de qualidade, balanceada. Essa é nossa meta. Dessa forma, a carta dos estudantes vem completamente ao encontro das nossas aspirações”, conclui.