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Pelo Campus Tecnologias

Inovação na UFRJ

IP Day reuniu estudantes e pesquisadores da UFRJ para falar sobre juventude, propriedade intelectual e novas tecnologias

Para celebrar o Dia Mundial da Propriedade Intelectual, a Agência de Inovação promoveu, em 27/4, o IP Day UFRJ, evento focado na relação dos jovens com inovação, criatividade e patentes. A iniciativa contou com palestras, debates, minicursos e uma exposição realizada por alunos, pesquisadores e egressos da Universidade, mostrando as tecnologias desenvolvidas na instituição.

Durante a abertura do evento, Carlos Frederico da Rocha Leão, vice-reitor da UFRJ, ressaltou que as universidades públicas são responsáveis por grande parte da inovação no país e citou o Parque Tecnológico que, após investimento público inicial de dez milhões de reais para sua criação, já fez circular mais um bilhão de dólares.

“O conhecimento, um bem público que não pode ser apropriado por ninguém, é um importante papel da Universidade. Precisamos de mais incentivos para gerar inovação e uma melhor compreensão da propriedade intelectual ajuda nesse sentido”, afirmou.

Kelyane Silva, coordenadora da Agência de Inovação, comemorou o interesse dos estudantes que compareceram em grande número na Inovateca para saber mais sobre patentes e inovações.

Mesa formada por Carlos Frederico Rocha Leão, Kelyane Silva e representantes da OMPI E USPTO
Mesa de abertura do IP Day | Foto: Moisés Pimentel (Coordcom/UFRJ)

“Nosso principal intuito é demonstrar a capacidade que a UFRJ tem. Esta aqui é apenas uma pequena parte do que a Universidade pode e ainda tem a mostrar para a sociedade. É uma entrega que a gente faz. A integração também mostra a maturidade do nosso sistema de inovação, a articulação da Agência, do Parque, do Sistema Inova da UFRJ, das Incubadoras. E é muito bom ver casa cheia, né? E principalmente com nossos estudantes, que são o futuro, tanto no que desenvolvem aqui quanto no que vão desenvolver fora dos nossos muros.”

Mulheres à frente da inovação

Um dos destaques da programação foi a mesa Gênero na Propriedade Intelectual, com Marceli Nascimento, doutora pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe); com Adriana Passos Oliveira, docente da Faculdade de Farmácia, e mediada por Silva. As pesquisadoras apresentaram os trabalhos que desenvolvem na Universidade e falaram sobre suas trajetórias como inventoras.

Com quatro patentes aprovadas, Nascimento trabalha com filamentos reciclados de PVDF, um tipo de plástico de alta performance. Uma das pesquisas realizadas pelo laboratório da Engenheira e que obteve patente busca utilizar o PVDF como substituto para outros materiais em impressoras 3D. Já Oliveira estuda sistemas vegetais que permitam uma melhor absorção de medicamentos pelo corpo humano, além da bioprospecção de plantas para o uso em fármacos.

Mesa formada por Marceli Nascimento, Adriana Passos Oliveira e Kelyane Silva.
Gênero na Propriedade Intelectual | Foto: Moisés Pimentel (Coordcom/UFRJ)

Nascimento contou que a maior dificuldade que as mulheres encontram na pesquisa é a falta de investimentos e de incentivo na busca de formalizar patentes. Para ela, buscar conhecimento ainda é a principal forma de avançar. “Ler e buscar as pesquisas na área é essencial. Nós só sabemos o que é novo se conhecemos o que já existe”, aconselhou. 

Tecnologias da Universidade

Com foco nas tecnologias produzidas pela comunidade acadêmica, a área de exposição juntou diversas iniciativas de alunos e pesquisadores que promovem inovação na UFRJ. Entre elas, estavam empresas criadas por egressos e incubadas na instituição – muitas delas vencedoras do edital Doutor Empreendedor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), além de equipes de competição em desenvolvimento de tecnologias.

Nina James é doutora em Engenharia de Processos Químicos e Bioquímicos pela Escola de Química, doutora-empreendedora pela Faperj e criadora da Potyba, empresa que utiliza frutas nativas em produtos alimentícios. A pesquisadora explica que trabalhava com a obtenção de compostos bioativos e resíduos da indústria de sucos, principalmente com sementes de romã e uva, mas que sempre admirou o uso de frutas nativas. Ao ganhar da orientadora um tipo de vinagre de romã que utilizava o extrato da fruta, se interessou pela criação do produto, utilizando frutas brasileiras.

“Eu criei o molho agridoce de jabuticaba e fui aprimorando, levando para o laboratório e cheguei nessa formulação, mas como eu ainda estava no doutorado não tinha tempo e estrutura para criar o negócio. Logo depois que defendi a tese, a Faperj lançou o edital de Doutor Empreendedor e eu fui selecionada. Hoje minha empresa faz parte da Incubadora da Coppe”, finalizou