A UFRJ desenvolveu uma tecnologia para filtragem de impurezas do etanol de modo a transformá-lo em álcool hospitalar. O projeto nasceu a partir do Grupo de Trabalho do Álcool da UFRJ, que envolve a Escola de Química, o Instituto de Química, a Faculdade de Farmácia e a Coppe, e busca suprir a demanda dos hospitais da Universidade pelo produto durante a pandemia.
A iniciativa do projeto se deu a partir de uma doação de etanol como insumo, recebida pelo Grupo de Trabalho. A partir de então, os pesquisadores criaram um kit com filtros para retirar as impurezas do álcool combustível. Bombeado para o módulo, o líquido passa por duplas filtragens de carvão ativado e resinas poliméricas, seguidas de uma filtragem adicional em membranas de microfiltração, transformando-se em álcool puro. Após esse processo, ele pode ser diluído e receber os aditivos químicos para virar álcool 70% em líquido, gel ou glicerinado.
Seleção em edital
O projeto foi escolhido, dentre 1.858 propostas, no Desafio Vale COVID-19, iniciativa da mineradora para selecionar tecnologias que tragam soluções para o enfrentamento da COVID-19. Com o apoio da Vale, foram produzidos seis sistemas de purificação para serem doados a instituições federais que também produzem álcool farmacêutico, sem onerar os beneficiados. Esse era um dos requisitos necessários para os inscritos.
O recurso permitirá a produção de aproximadamente 150 mil litros de álcool por mês. A avaliação técnica coube ao Hospital Israelita Albert Einstein e à Rede Mater Dei de Saúde.
Para a Professora Fabiana Valéria da Fonseca (EQ/UFRJ), coordenadora do projeto, “é importante destacar a relevância de editais como esse que foi lançado pela Vale, especialmente neste momento tão crítico para o país que, além de sofrer com o avanço da pandemia, tem visto os recursos para a ciência sendo cada vez mais limitados”.
Os sistemas de purificação produzidos na UFRJ já foram doados a outras instituições públicas parceiras, como o IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro), a Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a UFRRJ(Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), a UFTPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná) e a UFMA (Universidade Federal do Maranhão). Todo o álcool produzido por esses grupos será doado para uso nos hospitais e clínicas locais.