O 1º Simpósio de Sustentabilidade e Educação Regenerativa da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) foi realizado nos dias 2 e 3/9, no Auditório CGTEC-CT2, na Cidade Universitária. Foram dois dias de programação completa, com palestras de especialistas, mesas de debate e espaços-desafio, que instigavam o exercício criativo de inovação. Pesquisadores, gestores e estudantes se reuniram durante os dias de evento para pensar a sustentabilidade e educação regenerativa de maneira transdisciplinar.
Os palestrantes dos keynotes pautaram discussões de diferentes temas: Maria Fernanda Quintela, professora do Instituto de Biologia (IB/UFRJ) e da Escola Politécnica (Poli/UFRJ), abordou sobre a sustentabilidade e educação regenerativa na Universidade; Fábio Scarano, professor de Ecologia da UFRJ e curador do Museu do Amanhã, trouxe reflexões sobre o imaginário da sustentabilidade e Roberto Schaeffer, professor de Economia da Energia no Programa de Planejamento Energético da UFRJ, falou sobre cenários de baixo carbono possíveis até 2050. Segundo Jussara Miranda, coordenadora do evento, a principal proposta do simpósio foi dar o primeiro passo para promover um fluxo de debates sobre a sustentabilidade e educação regenerativa na Universidade. O termo “educação regenerativa” pressupõe uma abordagem pedagógica para além da sustentabilidade e visa pensar a educação de maneira transdisciplinar e integrada, incluindo a sociedade em consonância com a conservação do planeta.


Chamadas de “diálogos sustentáveis”, as mesas de debate trouxeram discussões sobre a importância da ambientalização curricular da sustentabilidade, as estratégias para o enfrentamento dos desastres ambientais, a justiça social e a educação ambiental climática. “Isso caracteriza a transdisciplinaridade e a participação de diversos saberes”, disse Jussara, que também é professora do Instituto de Química (IQ) da UFRJ.
O evento também promoveu um espaço onde estudantes de graduação e de pós-graduação discutiram os desafios para a sustentabilidade e educação regenerativa na UFRJ. Denominados de “espaços-Desafio”, esses espaços resultaram em propostas e estratégias para os desafios propostos, as quais foram apresentadas ao final do simpósio.

Outra atividade muito importante, segundo Jussara, foi o levantamento da pegada de carbono do evento: foram coletadas informações sobre as emissões de gases do efeito estufa geradas a partir do uso dos meios de transporte que todos os participantes utilizaram para chegar ao local do evento, do uso de energia e também dos principais resíduos gerados. A ação foi fruto de uma parceria entre a Âmbar, empresa júnior de consultoria ambiental da UFRJ, e a Gaia Tecnologias e Geossistemas, empresa de tecnologia focada na restauração ecológica. “A compensação dessas emissões será realizada por meio do plantio de mudas, garantindo que o evento seja neutralizado e reforçando o compromisso coletivo com a sustentabilidade e com a construção de um futuro mais equilibrado”, explicou a professora.
Apesar das diversas discussões ao longo do evento, foram destaque temas como o significado de sustentabilidade para a sociedade e a importância dessa questão e seus entrelaçamentos no processo formativo de todos os profissionais, em especial de docentes na perspectiva de uma educação regenerativa. “Temos o desafio de ir para além da sustentabilidade e de abordar como promover uma reconexão entre as pessoas, a natureza e o ambiente na qual vivem, buscando não apenas a mitigação das consequências das mudanças climáticas, mas um processo de restauração, para regenerar a saúde global e planetária”, afirmou Jussara. Para a professora, o simpósio foi importante pela geração de debates sobre essa e outras discussões essenciais ao futuro da educação e da vivência no planeta.
“A UFRJ, como grande Universidade, precisa ter estes espaços para a discussão da universalidade dos nossos saberes e desafios”, enfatizou ela.
As palestras e mesas de debate foram transmitidas ao vivo ao longo dos dois dias de evento. Acesse o link da transmissão para conferir.
