Durante os próximos seis meses, os visitantes da Biblioteca Integrada da Escola de Belas Artes (EBA), da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur), localizada no segundo andar do Edifício Jorge Machado Moreira (JMM), na Cidade Universitária, poderão acompanhar ao vivo o processo de restauração da escultura de D. Pedro II, obra do acervo do Museu Dom João VI, da EBA, e patrimônio cultural da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
O espaço de trabalho dos conservadores-restauradores envolvidos no projeto foi montado dentro da Biblioteca Integrada, com um painel de acrílico que permite ver tudo o que está acontecendo dentro do ambiente. O evento de abertura dos trabalhos, realizado nesta segunda-feira, 24/2, contou com a presença da vice-reitora da UFRJ, Cássia Turci, da professora do curso de Restauração e Conservação da EBA Benvinda de Jesus, do diretor da Escola de Música (EM), Ronal Silveira, e de profissionais, pesquisadores e ex-alunos envolvidos na intervenção.
O objetivo é dar visibilidade à área de conservação e restauração. “A escultura de D. Pedro II foi selecionada devido ao local em que a obra se encontra e à possibilidade de oferecer ao público uma experiência única, permitindo o acompanhamento ao vivo da restauração, o que vai enriquecer o entendimento sobre essa arte e sobre as técnicas utilizadas no processo, além de permitir que os usuários que frequentam a biblioteca participem de forma imersiva”, explicou a professora Benvinda, que é também coordenadora do projeto Conservação e Restauração de Bens Móveis e Integrados Escultóricos do Museu D. João VI – EBA, do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU e da Escola de Música.
No processo de restauração, que será conduzido por restauradoras externas à UFRJ, ex-alunos e bolsistas do curso de Conservação e Restauração da EBA, serão empregados novos métodos e tecnologias para a conservação e restauração de obras escultóricas, o que proporcionará uma valiosa oportunidade de aprendizado aos participantes. No rol de técnicas a serem utilizadas, estão estabilização da obra, análise físico-química, exames por imagem, consolidação, fixação da camada pictórica, transporte e manuseio, limpeza e reintegração volumétrica, entre outras.

A iniciativa está inserida em um contexto mais amplo de esforços que buscam a recuperação do patrimônio cultural da UFRJ, que completará 105 anos em 2025. “Existem muitos projetos e editais quando falamos em saúde, ciência e tecnologia, mas a gente precisa ter mais recursos para as artes e as ciências humanas, e estamos empenhados nessa questão. Uma exposição, uma demonstração do que a gente pode fazer em termos de conservação e restauração, dentro de uma biblioteca integrada, é muito significativo. A biblioteca é um espaço vivo e a gente precisa trazer o que a gente faz de melhor na UFRJ para os nossos espaços”, afirmou a vice-reitora.
Valorização
Em desenvolvimento desde 2023, o projeto Conservação e Restauração de Bens Móveis e Integrados Escultóricos do Museu D. João VI – EBA, do Núcleo de Pesquisa e Documentação – FAU e da Escola de Música já restaurou mais de 80 obras tridimensionais dos acervos de diferentes unidades da UFRJ, como a Escola de Belas Artes (EBA), a Faculdade de Arquitetura (FAU) e a Escola de Música (EM).
O projeto conta com a participação de integrantes do grupo de pesquisa A Preservação de Acervos Escultóricos, que auxiliam no processo de investigação histórica, técnica e artística das obras a serem conservadas, e com o suporte do Laboratório de Pesquisas e Estudos para Conservação e Restauração de Esculturas (Lapecre), ambos coordenados pela professora Benvinda de Jesus, docente do Curso de Conservação e Restauração da EBA-UFRJ.
