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Sinfonia centenária

Orquestra da UFRJ celebra data com apresentação na Sala Cecília Meirelles

A mais antiga orquestra sinfônica do Rio de Janeiro completa o centenário. Criada como Orquestra do Instituto Nacional de Música em 1924, a agora Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro celebrará o aniversário com uma apresentação com na Sala Cecília Meirelles, às 19 horas, no dia 25/9, mesma data em que realizou a primeira apresentação com a presença do então presidente da República, Arthur Bernardes (1875-1955), e regência de Ernesto Ronchini.

O atual regente, professor André Cardoso, conduzirá os músicos com a uma peça premiada no concurso do centenário da UFRJ em 2020. Formada por 43 músicos profissionais e um contingente de alunos dos cursos de bacharelado em instrumentos, a orquestra no formato sinfônico conta com mais de 100 instrumentistas.

A Sinfônica da UFRJ forma músicos para diversas outras orquestras do Brasil. “Aqui se produz muito músico. Estava em um concerto no interior do Rio Grande do Sul e havia 12 ex-alunos meus. Isso acontece em vários lugares do país”, recordou o professor aposentado Roberto Duarte, também ex-regente, por mais de 15 anos, em entrevista recente concedida no Salão Leopoldo Miguez, palco principal da Escola de Música e considerado um dos melhores espaços acústicos da cidade.

Segundo Cardoso, a dedicação à música brasileira e contemporânea sempre foi característica da orquestra desde a fundação. “São mais de 200 obras

brasileiras inéditas que foram tocadas primeiro aqui”, ressaltou o professor da escola.

Grandes nomes

Atuaram à frente da Orquestra Sinfônica da UFRJ nomes como Francisco Mignone, Oscar Lorenzo Fernandez, José Siqueira, Souza Lima, Armando Belardi, Eleazar de Carvalho, Mário Tavares, Henrique Morelembaun e Ernani Aguiar. O último foi um dos homenageados no concerto que aconteceu no dia 2/9, quando começaram as comemorações pelo centenário.  Aguiar ingressou como aluno na Escola de Música em 1977, já com boa bagagem musical, estudou violino com Paulina D’Ambrósio — professora da UFRJ por 42 anos — e composição com Guerra Peixe.

Os violinistas Oscar Borgerth, Mariuccia Iacovino e Yolanda Peixoto, o violoncelista Iberê Gomes Grosso, o violista George Marinuzzi e o flautista Pixinguinha foram músicos de renome da orquestra. Nos anos 1990, a sinfônica realizou o primeiro registro integral da ópera Colombo, de Carlos Gomes, sendo agraciada com os prêmios de melhor CD (Compact Disc) pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e pela japonesa Sharp, empresa de equipamentos musicais eletrônicos.

Com passado ilustre, o momento presente da orquestra é sempre incerto. A Universidade não destina recursos do orçamento para  financiar as temporadas artísticas. “Faltam recursos para contratar um solista, um maestro convidado ou contratar um caminhão para levar o equipamento da orquestra para o local dos concertos”, lamenta o maestro André Cardoso, lembrando que as apresentações acontecem apenas pelo esforço do corpo docente e técnico da sinfônica, que custeia o transporte dos equipamentos muitas vezes a partir do próprio bolso. A luz no fim do túnel parece ser o Novo Canecão, que ainda será construído pelo consórcio Bônus-Klefer. No local haverá salas e dias reservados para uso exclusivo da UFRJ.