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Formação em Educação Sexual com inscrições abertas

Curso de capacitação sobre educação sexual de maneira responsável está previsto no currículo escolar. Assunto precisa ser abordado

Termina na sexta-feira, 9/8, o prazo de inscrições no minicurso Educação Sexual Emancipatória. Voltadas a docentes, as aulas fazem parte da XXVIII Semana Acadêmica de Biologia  (BioSemana) da Universidade Federal do Rio de Janeiro(UFRJ). O curso, promovido pelo Centro Acadêmico de Biologia (Cabio) do Instituto de Biologia (IB), será na modalidade presencial, com carga horária de 8 horas. As aulas acontecerão no período noturno.

A educação sexual nas escolas visa ao respeito e autocuidado com o corpo, assim como à compreensão das transformações na adolescência. Autora de livros sobre o tema, a psicóloga e professora Mary Neide Figueiró, que ministrará o curso, afirma que educação sexual não é estimular o sexo. “Relação sexual é coisa de gente grande”, afirma. Apesar disso, no Brasil, o percentual de estudantes do 9º ano, ou seja, na faixa dos 14 anos, que já tiveram pelo menos uma relação sexual cresceu de 27,9% para 28,5% em 10 anos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), que entrevistou estudantes em 2009 e 2019.

A orientação sobre prevenção de gravidez e infecções sexualmente transmissíveis (IST) também diminuiu em 10 anos. Em 2009, 80,4% dos estudantes receberam aulas sobre gravidez na adolescência, mas esse quantitativo caiu para 77,6% em 2019. Instruções sobre o HIV, o Vírus da Imunodeficiência Humana, ou outra IST tiveram redução de 2%. Informações sobre a importância do uso de preservativos continuam estáveis em 69,3%.  Uma nova edição do estudo está sendo elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2024.

O minicurso pretende abordar a importância da parceria entre escola e família. “Quando família e escola unem seus esforços, a educação sexual é potencializada. Quando um adolescente tem boa educação sexual intencional, deixa para iniciar-se sexualmente mais tarde, porque entende que é preciso responsabilidade”, diz Figueiró. No entanto, em muitos lares, o assunto ainda é um tabu e, por isso, a professora defende que pessoas adultas precisem continuamente se reeducar do ponto de vista sexual.

Os balizadores legais e pedagógicos que norteiam as ações nos colégios, como os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e o Programa de Saúde na Escola (PSE), também serão explorados, bem como os fundamentos básicos da educação sexual, como o direito à informação, o fortalecimento da criticidade sobre o tema, o respeito às dúvidas e estar pautado pela verdade. “O profissional precisa saber lidar com a questão da sexualidade para que tenha uma intervenção positiva, evitando transtornos e contribuindo para que as pessoas vivam bem, de forma feliz e saudável. O preparo do profissional vem se tornando cada vez mais necessário e urgente”, ressalta ela.

A BioSemana da UFRJ é um tradicional evento realizado por estudantes com apoio do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Oferece palestras e cursos em diferentes horários sobre temas como vida marinha, saúde mental, genética e divulgação científica. As inscrições para o minicurso Educação Sexual Emancipatória, que dará direito a certificado aos participantes, podem ser feitas no site da BioSemana, mediante pagamento de uma taxa de R$ 7,00.