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Moderno microscópio de última geração será inaugurado na UFRJ

Especialistas de instituições brasileiras e de diversos países participam de evento compartilhando os últimos avanços da microscopia eletrônica no Rio de Janeiro

Para marcar o VII Simpósio do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Biologia Estrutural e Bioimagem (INBEB), o coordenador do próprio instituto e atual presidente da presidente da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (FAPERJ), Jerson Lima da Silva, inaugura no Centro de Ciências da Saúde (CCS) um dos mais modernos equipamentos de microscopia do planeta. O evento ocorre entre os dias 17, 18 e 19 de junho, tanto no Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) quanto na Inovateca da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Também pesquisador da UFRJ, o coordenador do INBEB destaca que o encontro marcará a inauguração de um novo equipamento de crio-microscopia eletrônica de última geração, destinado a projetos multiusuários. Segundo Lima, a inauguração de um novo equipamento, destinado a projetos multiusuários, será um verdadeiro salto para a ciência no Rio de Janeiro. “Esse microscópio representa um avanço tão significativo na biologia molecular, que fez seus criadores receberem o Prêmio Nobel em 2017. Ele permite congelar moléculas em movimento e visualizá-las em imagens tridimensionais de alta resolução”, relata. 

O simpósio reunirá diversos pesquisadores especializados em estruturas de moléculas biológicas e bioimagem, de instituições brasileiras e de países como Inglaterra, EUA, Alemanha e Argentina. De acordo com o presidente da Faperj foram convidados “alguns pesquisadores de outros países, que apresentarão seus trabalhos, usando os últimos avanços nessa tecnologia para demonstrar o potencial que ela pode oferecer aos nossos cientistas no Brasil.”

Entre os palestrantes está Fengbin Wang, da Universidade do Alabama em Birmingham, EUA. Wang compartilhará  pesquisas recentes sobre nanofios – fios diminutos que conduzem eletricidade em microrganismos. Essas estruturas têm grande potencial biotecnológico, em bioenergia, como baterias carregadas por microrganismos, ou na fabricação de eletrônicos em escala nanométrica. Recentemente, a equipe de Wang usou a crio-microscopia eletrônica para identificar novos microrganismos com essas estruturas elétricas, mostrando que são mais comuns do que se imaginava e mais fáceis de se cultivar em laboratório, facilitando assim futuras pesquisas e aplicações.

No segundo dia do evento, a pesquisadora Maria Grazia Spillantini, da Universidade de Cambridge, mostrará vários de seus resultados com o uso da tecnologia de crio-microscopia eletrônica, incluindo o estudo de uma doença genética rara, chamada sinucleinopatia de início juvenil. A equipe dela analisou as anomalias causadas pela mutação na proteína α-sinucleína e observaram um novo padrão, diferente dos encontrados em outras doenças relacionadas à mesma proteína. Essas descobertas fornecem uma melhor compreensão de como a mutação pode levar ao desenvolvimento da doença, oferecendo novos caminhos para estudar e, possivelmente, avançar no tratamento dessa condição rara.

O encontro espera reunir cerca de 200 participantes e contará com 13 palestrantes nacionais da UFRJ, IDOR, Universidade de São Paulo (USP), da Universidade de Brasília (UnB) e do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas. Os seis palestrantes internacionais são da Universidade de Cambridge, na Inglaterra; do Colégio Universitário de Londres (UCL), na Inglaterra; da Universidade do Alabama em Birmingham, EUA; da Universidade Médica de Göttingen, na Alemanha; e do Laboratório Max Planck de Rosário, na Argentina. O evento é gratuito e os ouvintes não precisam fazer inscrição, mas a entrada está sujeita à lotação dos locais. Veja a programação completa.