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Cefan recebe visita de comitiva da UFRJ

As instalações do Centro da Marinha podem ser usadas até agosto para conclusão das atividades teóricas e práticas do atual período letivo

O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Medronho, visitou ontem (7/5), o Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (Cefan), na Penha, Zona Norte do Rio, após o convite do Almirante Carlos Chagas Vianna Braga, de ofertar a unidade para que os estudantes da Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) possam ter aulas práticas e teóricas. A queda de um beiral, na noite de 1º de maio, comprometeu um dos acessos e interditou a instituição de ensino, que suspendeu as atividades por tempo indeterminado. O reitor estava acompanhado de uma comitiva com integrantes da Decania do Centro de Ciências da Saúde (CCS), e dirigentes, professores e representantes dos estudantes da EEFD.

De acordo com a diretora da EEFD, Katya Gualter, a acolhida e a vistoria das dependências fizeram com que todos percebessem uma instituição que tem uma forte interação com a sociedade e não sentissem a rigidez de uma unidade militar. “Trouxemos um grupo para compartilhar in loco toda a experiência de conhecer o centro. Retornamos para a UFRJ com muita vontade de firmar diversas parcerias com o Cefan. Ao ver um centro militar com tantos projetos de alcance na periferia é maravilhoso, confesso que foi uma grata surpresa”, disse a diretora, depois de conhecer os projetos que envolvem 830 crianças e jovens, na faixa de 10 a 18 anos, que estudam em escolas públicas e vivem nos bairros e favelas vizinhas ao centro.

No dia 14 de maio, haverá uma reunião com a Conselho Departamental Ampliado da EEFD, onde serão discutidas todas as possibilidades de interação com o Cefan. O vice-diretor da Educação Física, Alexandre Palma, pediu um prazo para que seja elaborado um plano de adequação de aulas e atividades em consonância com as possibilidades do Cefan, algo que foi referendado pelo diretor do centro, Almirante Cláudio Leite.

A representante dos estudantes Gabriela Souza questionou a facilidade de acesso até o Cefan, o tipo de vestimenta que deve ser usada para entrada na unidade militar, a alimentação dos alunos e as atividades do curso noturno. De pronto, o reitor da UFRJ assegurou o transporte e a alimentação dos alunos no período em que as instalações serão utilizadas. Outros pontos seriam debatidos na própria Universidade.

Para Roberto Medronho, foi uma alegria e satisfação encontrar no Cefan vários egressos da UFRJ. “Fiquei impressionado pela qualidade e pela excelência do Centro, que já formou atletas que trouxeram muito orgulho ao nosso país. Nomes como o da nadadora da maratona aquática Ana Marcela Cunha, ouro em Tóquio, ou Kahena Kunze, da vela”, afirmou o reitor da UFRJ.

O Almirante Carlos Chagas acredita que não haverá dificuldades para ajustar as culturas institucionais. “O Cefan não é uma organização militar comum, pois há uma enormidade de projetos voltados para a evolução da atividade física e desenvolvimento de jovens e atletas, mas também não é um clube, de forma a perdermos a identidade do centro. Há de tudo aqui e vamos colocar mais um ingrediente que são os alunos da graduação da UFRJ. É uma emergência não da Marinha, mas do Brasil. Vamos trabalhar para compartilhar conhecimentos e resolver tudo da melhor forma”, disse.

A ideia é que a EEFD faça o uso provisório das instalações do centro da marinha até meados de agosto, quando se encerra o atual semestre letivo. “Estamos com uma proposta que poderá permitir que a EEFD seja liberada parcialmente, tão logo seja realizado o escoramento nos beirais próximos da piscina, permitindo acesso aos ginásios e salas de aula”, finalizou Alexandre Palma.