Após reunião realizada na tarde de terça-feira (14/5), no auditório da Faculdade de Farmácia, professores, estudantes e a direção da Escola de Educação Física (EEFD) rejeitaram a possibilidade de utilizar qualquer dependência fora do campus da Cidade Universitária, entre as quais, as dependências do Centro de Educação Física Almirante Adalberto Nunes (CEFAN) para concluir o primeiro semestre de 2024. Três alternativas foram apresentadas e deverão ser debatidas em nova reunião no dia 17/5, sexta-feira.
O reitor da Universidade, Roberto Medronho, esteve presente à assembleia e explicou que já foram liberados os recursos para contenção dos beirais que desabaram no dia 1º de maio e em setembro do ano passado. Todavia, o prédio da EEFD só será reaberto ao serem concluídas as obras de contenção de toda a estrutura para serem ofertadas condições seguras de realização das atividades de alunos, docentes e servidores. “A obra para a contenção está em torno de 1,8 milhão de reais e consiste em um aluguel que precisará ser reajustado e renovado todos os anos. Consertar todo o telhado custaria em torno de 7,5 milhões. Queremos fazer o governo entender que é melhor um reparo definitivo, razão pela qual pedimos a suplementação do orçamento”, disse.
Os estudantes são contrários à realização de aulas remotas. Todos, porém, reconhecem que a UFRJ passa por dificuldades com o decréscimo anual de verbas de custeio e manutenção de prédios e servidores terceirizados. Para os estudantes, está cada vez mais claro que as reivindicações devem ser voltadas para o governo federal.
Segundo a diretora da EEFD, Katya Gualter, engenheiros enviados pelo MEC estiveram na segunda (13/5) inspecionando as instalações da unidade e verificando a real necessidade de reparos e para propor soluções. Laudos periciais de outras equipes que não só a do Escritório Técnico da Universidade (ETU) já haviam sido sugeridos pelo corpo docente da escola. “Algumas pessoas acompanharam os engenheiros que constataram o grave problema da escola de educação física e de dança e se comprometeram a relatar a situação em Brasília, para dar celeridade ao aporte financeiro que precisamos para realizar uma obra definitiva no telhado”, afirmou.
As professoras Francine Nogueira e Maria Alice Poppe leram uma carta assinada pelos coordenadores dos departamentos da EEFD, demonstrando a preocupação com o ano letivo na instituição. O ineditismo da situação foi uma imposição não por descaso da gestão da universidade, mas por uma precarização do trabalho que questiona o que é preciso acontecer para que haja uma mudança.
Embora tenha articulado a alternativa de realização do semestre no Cefan, o reitor da UFRJ destacou que nenhuma decisão unilateral seria tomada,buscando destacar que tanto iria avaliar tanto no transporte quanto na alimentação, bem como no ajuste das atividades de graduação . “O que for melhor para nossos alunos, nossos técnicos e nossos docentes vamos acatar. Esta reitoria não tomará nenhuma decisão que seja diferente de seguir o que o corpo social da EEFD, em comum acordo, tomar. Já expressei isso para a diretora Katya Gualter. Minha grande preocupação é com a evasão. Nós já tivemos problemas de acesso, pois 30% das vagas no Sisu não foram preenchidas. Devemos fazer o máximo para que não aconteça aqui a saída dos alunos sem concluírem o curso”, afirmou.
Veja as propostas que estão em debate na sexta-feira:
PROPOSTA 1 (proponentes – Coordenações das Graduações da EEFD/Educação Física e Dança):
A) Período 2024/1 – Suspensão das disciplinas que ocorrem no prédio da EEFD e que começaram em 24/04/24; Manutenção das disciplinas oferecidas por outras unidades parceiras como Anatomia, Fisiologia, Bioquímica e disciplinas da Faculdade de Educação, que se iniciaram no calendário vigente e estão ocorrendo de forma presencial fora do prédio da EEFD
B) Período 2024/2 – normal com 15 semanas de duração seguindo o calendário CEG, com as aulas de TODAS as disciplinas, inclusive as oferecidas pelas unidades parceiras.
Início: 12 de agosto de 2024
Término: 23 de novembro de 2024
Atos acadêmicos: 25 a 30 de novembro de 2024
C) Período Especial 2024.3 – com 12 semanas de duração, sendo oferecidas as disciplinas que foram suspensas em 2024/1
Início: 02 de dezembro de 2024
PROPOSTA 2 (proponentes – estudantes dos cursos de Educação Física)
Período 2024/1
A) Aulas para os calouros de licenciatura e bacharelado.
Visando a integração dos alunos, sabendo que o 1º período é um período importante para criação de laços na faculdade, as aulas de atletismo ocorreriam na pista de atletismo, as aulas de natação na piscina do clube da Petrobrás e as aulas de capoeira, nas quadras externas da EEFD ou em alguma sala alocada no CCS, por exemplo, bem como as aulas de corporeidade.
Para isso, já que a licenciatura possui 3 planos, seria necessário a disponibilidade de 3 salas pela manhã. Para o bacharelado integral 1 sala e para o bacharelado noturno, também 1 sala (Podendo ser usada a mesma do bacharel integral )
B) Aulas online para os demais períodos com possibilidade de marcação de aulas práticas em datas específicas.
Dessa forma, os alunos concluintes seriam atendidos, bem como os demais. Aqueles alunos que julgarem que seriam prejudicados pelas matérias do semestre online, poderiam trancar e fazer em outra oportunidade, presencialmente.
PROPOSTA 3 (proponentes – Professoras Luciane Barcelos e Veronica Salerno):
A) Período 2024/1 – Suspensão das disciplinas práticas e manutenção das disciplinas teóricas via remota no formato assíncrono com aumento da carga horária para compensar as duas semanas perdidas.
B) Período 2024/2 – normal seguindo o calendário CEG
C) Período Especial 2024/3 – presencial, apenas as disciplinas práticas