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Pelo Campus

UFRJ recebe intercambistas de 15 nacionalidades

Evento é promovido para dar boas-vindas e iniciar o período letivo

A Superintendência-Geral de Relações Internacionais (Sgri) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) celebrou a vinda de intercambistas para o segundo semestre de 2023 em evento no dia 11/8. Neste período, a UFRJ recebe 115 alunos da Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Colômbia, Dinamarca, Espanha, França, Itália, Noruega, Portugal, Suécia, Suíça, Uruguai e Haiti. A recepção ocorreu no Salão Nobre do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza (CCMN).

O evento contou com a participação de Cássia Turci, vice-reitora da UFRJ; Eduardo Mach, pró-reitor de Políticas Estudantis; e Papa Matar, superintendente da Sgri, além de representantes de Centros e unidades da Universidade, que recepcionaram os estudantes. Entre 2016 e 2019, a UFRJ recebeu 513 alunos por meio dos mais de 130 convênios de intercâmbio que tem com instituições estrangeiras. No primeiro semestre, menos de cem intercambistas vieram estudar na Universidade, mas, na segunda metade do ano, o fluxo é maior por conta do verão europeu, que acontece a partir de setembro e antecede o início do ano letivo. Por isso, o Salão Nobre estava lotado na recepção dos estudantes, o que Papa Matar considera “uma alegria”.

“É um orgulho ver a UFRJ receber tantos alunos de tantos lugares diferentes, podendo interagir e aprender o que se faz aqui com muito carinho. Muito obrigado por terem escolhido a UFRJ”, completou.

Professores indicaram lugares para os alunos visitarem, Eduardo Mach destacou o apoio pedagógico e cultural da Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (PR-7) e a vice-reitora agradeceu a presença dos intercambistas na UFRJ e mostrou-se disposta a ajudá-los.

“Eu acho muito importante vocês estarem aqui hoje porque trouxeram culturas diferentes e nós vamos aprender muito com vocês. Estamos empenhados para que tenham a melhor experiência aqui. Sabemos como é difícil, então contem sempre comigo. Estou à disposição de vocês”, afirmou Cássia.

Com diferentes nacionalidades, cursos e interesses, os intercambistas têm uma certeza: escolheram a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a melhor federal do país, para estudarem neste semestre. Alejandra Barajas, da Colômbia, faz faculdade na Áustria e enxergou no intercâmbio a oportunidade de se aproximar de suas origens.

Alejandra, à direita, celebra, com sua colega colombiana, a bandeira do país | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Eu estou há muito tempo lá na Europa e queria muito estar de novo aqui na América Latina, onde há gente mais aberta para falar. Eu estava com saudade mesmo. Apesar de não ser a Colômbia, estou num lugar mais familiar”, afirma Alejandra.

Mats Urban voou da Alemanha para o solo carioca porque se interessou pela língua portuguesa | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Eu vim por causa da língua  ̶ não sei português, mas quero aprender  ̶ e por causa das pessoas. Eu conheci uns brasileiros na Alemanha, eles foram superlegais e disseram ‘Se você um dia tiver oportunidade, vá ao Brasil’. E acho que o Rio é, de longe, a melhor cidade brasileira de que ouvi falar, por isso resolvi estudar aqui”, explica Mats.

A estudante April André mora na França e se interessa pela questão racial do Brasil e suas ligações com a África. Por ser negra, sofre com o preconceito em seu país.

April era a única estudante negra no evento | Foto: Fábio Caffé (SGCOM/UFRJ)

“Eu sou negra, minha mãe é branca, meu pai negro, e as pessoas me fazem sentir que não me encaixo na comunidade francesa porque não sou branca. Foi meio inocente pensar que indo para um país mais diversificado eu iria ser melhor acolhida. No entanto, o racismo e a discriminação são mais comuns aqui do que na França. Mas eu estava engajada lá e quero continuar engajada aqui”, afirma April.

Novos voos nas Relações Internacionais da UFRJ

A Universidade tem mais de 130 convênios de intercâmbio com instituições de ensino no exterior, mas, de todos os acordos, menos de 2% deles são com países africanos. A maioria (80%) dos convênios são com países do hemisfério norte, fazendo com que April, por exemplo, seja a única intercambista negra no evento. Por isso a Sgri está em vias de assinar um acordo com a Associação Africana de Universidades para promover trocas de cultura e tecnologia entre os países da África e o Brasil. Com o auxílio de agências de fomento, a Superintendência está analisando o perfil de cada Centro da UFRJ para estipular o número de vagas.

Intercâmbio para o exterior

Além de receber, a UFRJ envia estudantes para estudarem em universidades ao redor do mundo. Para ir para fora do país, os alunos devem se candidatar em um dos editais disponíveis no site da Sgri. Depois o coordenador de intercâmbio cria um plano de estudos, que deverá ser aprovado pela instituição escolhida pelo aluno. Os estudantes têm de arcar com passagens e o custo de vida no exterior, mas existem programas que fornecem ajuda de custo.

Hoje, cerca de 300 alunos da graduação da Universidade estão no exterior, mas, segundo Papa, “são números que precisam ser melhorados.” O grande desafio é fazer com que os intercâmbios possam ser acessíveis para todos.

*Sob supervisão da jornalista Vanessa Almeida