Atualizado às 16h38 de 18/7/2023
Cinco professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) receberam do governo federal a medalha da Ordem Nacional do Mérito Científico, pelas contribuições destacadas à ciência, à inovação e à tecnologia no país. A cerimônia da condecoração aconteceu na última quarta-feira, 12/7, em Brasília, e contou com a presença do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos.
Foram premiados:
- Luiz Pinguelli Rosa (in memoriam), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe/UFRJ);
- Marcelo Marcos Morales, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF);
- Marco Lucchesi, da Faculdade de Letras, e presidente da Fundação Biblioteca Nacional;
- Stevens Kastrup Rehen, do Instituto de Biologia;
- Fernando Garcia de Mello, do IBCCF (o cientista havia renunciado à medalha, em 2021, no governo anterior – entenda a seguir).
O professor Stevens Rehen prestou homenagens. “Dedico a medalha às 100 alunas e alunos de iniciação científica, estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado, além das técnicas e técnicos, com quem tive o privilégio de conviver e ajudar a formar ao longo das últimas duas décadas na UFRJ e Instituto D’Or. A todos os meus professores e mentores da instituição, em especial, Rafael Linden, Roberto Lent, Vivaldo Moura Neto e Amilcar Tanuri, meu agradecimento”, disse.
Para a reitora da UFRJ em exercício, Cássia Turci, o momento é de consolidar a ciência como instrumento de desenvolvimento do Brasil. “A comunidade da UFRJ sente-se extremamente honrada com a concessão da medalha da Ordem do Mérito Científico pela contribuição à ciência e inovação aos professores citados. Esta premiação, concedida de maneira extremamente rigorosa e criteriosa, é um marco importante para a nossa Universidade, que luta pela ciência, pela inovação, pelas artes e pela valorização de todas as áreas do conhecimento. Estamos vivendo um marco importante em nosso país, o do fortalecimento da educação e da ciência e, consequentemente, da melhoria da vida de toda população do nosso país. A homenagem a estes professores mostra que a UFRJ tem contribuído fortemente para a formação de recursos humanos e o desenvolvimento da Nação”, afirmou ao Conexão UFRJ.
Reparação histórica
A solenidade de condecoração foi marcada pela reparação histórica a cientistas cuja premiação foi retirada em 2021 pelo então presidente Jair Bolsonaro, por realizarem pesquisas que contrariaram posições governamentais. Em atitude de protesto e união, 21 cientistas pediram renúncia ao prêmio depois da exclusão de Adele Benzaken e Marcus Vinícius Lacerda, que também receberam suas medalhas na cerimônia deste ano. Benzaken era diretora do Departamento de HIV/Aids do Ministério da Saúde e foi demitida em 2019 depois de publicar cartilha sobre prevenção de doenças destinada a homens trans. Já Lacerda participou, em 2020, de um estudo que comprovou a ineficácia da cloroquina no tratamento contra a covid-19.
Para a ministra Luciana Santos, a cerimônia foi “também um ato de desagravo à ciência e de reparação histórica aos cientistas, professores, professoras, médicos, pesquisadores e pesquisadoras, brasileiros e brasileiras que foram injustamente perseguidos e ameaçados por um governo anticiência e antivida”.
Conselho e conferência nacionais de volta
O evento também marcou a retomada do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), que foi prestigiado pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, e por diversos ministros, além da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e outras entidades científicas brasileiras. Ainda na solenidade, o presidente assinou decreto que convoca a 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, marcada para o primeiro semestre de 2024.
Assista à cerimônia:
Com informações da Agência Brasil e do Palácio do Planalto.