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Astroturismo movimenta a UFRJ

A primeira conferência brasileira acontece no fim do mês e terá transmissão online

O projeto Astroturismo nos Parques Brasileiros, vinculado ao Observatório do Valongo (OV) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), promoverá, entre os dias 31/7 e 2/8, a I Conferência Brasileira de Astroturismo. O evento será gratuito, na modalidade online, com transmissão pela TV Valongo (canal do OV no Youtube), das 19 às 21h.

O astroturismo é um segmento emergente do turismo científico, que pode estar associado ao ecoturismo ou ao turismo cultural.  De acordo com o professor Daniel Rodrigues Costa Mello, que coordena os projetos de extensão do Valongo, a conferência será voltada a profissionais da área de turismo, ecoturismo, astronomia profissional e amadora, astrofotografia, meio ambiente, educação e a todos os interessados no tema. O astroturismo pode ocorrer em observatórios e planetários espalhados por inúmeras capitais brasileiras, em parques e reservas naturais com potencial para a prática.

O Parque Estadual do Desengano (PED), no Rio de Janeiro, é o primeiro da América Latina utilizado para essa atividade, conforme certificado pela International Dark-Sky Association (IDA), entidade criada para acompanhar o problema da poluição luminosa e que se tornou referência na certificação dos melhores pontos do planeta para observação celeste ideal. Com área de 21.365,82 hectares, o parque é um refúgio de diversas espécies da flora e fauna remanescentes da Mata Atlântica original e fica entre os municípios de Santa Maria Madalena, Campos dos Goytacazes e São Fidélis.

De acordo com Mello, o ideal é buscar lugares genericamente conhecidos como “locais de céu escuro” (dark sky places). São espaços onde a observação é possível longe das luzes artificiais que ofuscam o brilho natural dos astros.  

“Nesses pontos é possível o resgate ao céu noturno ancestral, aquele que existia antes do uso excessivo da iluminação artificial”, explica.

Em 2021, foi criado o projeto de pesquisa Astroturismo nos Parques Brasileiros, que utiliza parques e reservas fluminenses como “laboratórios” em que são realizados trabalhos de campo com o Sky Quality Meter (SQM), aparelho que mede o brilho do céu e indica o quanto está degradado pela poluição luminosa. A partir do estudo e para impulsionar a atividade e a divulgação da ciência em uma experiência imersiva e de contato íntimo com a natureza, são indicados parques e reservas com potencial para o astroturismo.

A I Conferência Brasileira de Astroturismo terá a participação de grupos de pesquisa, agências de turismo e profissionais que já atuam com o tema, que começa a despontar no país. Ao longo dos três dias, serão 18 apresentações com palestrantes especialistas. No fim de cada dia, haverá ainda uma rodada de perguntas enviadas pelo público.

O evento contará também com diversos parceiros e apoiadores institucionais: Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Secretaria de Ambiente e Sustentabilidade do Estado do Rio de Janeiro (Seas/RJ), Legado das Águas (Reserva Votorantim) e Dark Sky Alqueva (Portugal), primeiro destino astroturístico do mundo.

Confira a programação aqui.