Aclamado bairro da Zona Norte carioca, Madureira receberá um pouco da história e da ciência do Museu Nacional em seu território. Em celebração aos 409 anos do local, comemorado em 24/5, o Parque Madureira Mestre Monarco sedia a exposição Luzia e Berthasaura em Madureira, que reúne, até 7/9, a réplica do crânio do remanescente humano mais antigo das Américas e o fóssil de um dinossauro brasileiro.
A exposição é fruto de uma parceria entre a Secretaria de Cultura (SMC) – via programa Zonas de Cultura – e o projeto Museu Nacional Vive – cooperação técnica entre a UFRJ, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e o Instituto Cultural Vale. Para abrigar Luzia e o dinossauro, dois contêineres de 14 metros quadrados serão instalados em frente à Arena Carioca Fernando Torres, no Parque Madureira (portão 4). Um totem com conteúdo audiovisual, além de painéis ilustrativos, completa a mostra.
Madureira é o primeiro bairro do Zonas de Cultura, programa inédito da Secretaria de Cultura que injetará R$ 1,5 milhão, este ano, em ações culturais locais e na criação de um calendário anual, além de capacitação de mães empreendedoras e muito mais.
Luzia: uma mulher com mais de 11.500 anos
Datado de mais de 11 mil anos, o crânio de Luzia é uma das peças que ficou sob os escombros do Museu Nacional/UFRJ, destruído por um incêndio em 2018. O remanescente humano foi encontrado em Pedro Leopoldo, região metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde um projeto prevê instalar a unidade a aproximadamente 900m do sítio arqueológico da Lapa Vermelha.
Luzia teria por volta de 25 anos de idade, e seu nome foi uma homenagem ao achado de um outro esqueleto conhecido como Lucy, que teria vivido há 3,2 milhões de anos na atual Etiópia, na África.
Ela foi encontrada durante uma campanha de escavação arqueológica franco-brasileira, na década de 1970, liderada por Annette Laming- Emperaire. Luzia teria vivido há 11.500 anos, gatilho para uma pergunta: o que o seu achado poderia nos contar sobre esse passado tão distante do que hoje conhecemos como Brasil?
Berthasauraleopoldinae: um dinossauro muito raro
O novo dinossauro foi batizado Berthasauraleopoldinae, homenageando duas mulheres fantásticas: Bertha Lutz (1894-1976), uma pesquisadora do Museu Nacional/UFRJ que atuou muito em defesa dos direitos políticos das mulheres, e a Imperatriz Maria Leopoldina (1797-1826), uma grande incentivadora das ciências naturais e uma das incentivadoras da Independência do Brasil, que completará 200 anos em setembro. Além disso, é uma homenagem à escola de samba Imperatriz Leopoldinense.
Sobre o projeto Museu Nacional Vive
Em resposta ao enorme desafio de reconstrução do Museu Nacional, a UFRJ, a Unesco e o Instituto Cultural Vale firmaram um acordo de cooperação técnica para implementação do projeto Museu Nacional Vive, que, atualmente, conta com o patrocínio platina do BNDES, Bradesco e Vale; apoio do Ministério da Educação (MEC), Bancada Federal do Rio de Janeiro, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura.
Serviço
Local: Parque Madureira Mestre Monarco
Data: até 7/9
Lotação: 280 pessoas por dia, sendo 20 a cada meia hora
Agendamento: Sympla