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Saúde

De olho na saúde do trabalhador

Conheça mais sobre a Superast-CPST e saiba como ela pode auxiliar a vida do servidor

O trabalho compreende uma grande parte da vida de todo cidadão. Por essa razão, a Superintendência Geral de Atenção à Saúde do Trabalhador (Superast), antiga Coordenação de Políticas e Saúde do Trabalhador (CPST), vem se dedicando à promoção e educação em saúde para muito além dos espaços da Universidade.

Elevada à superintendência neste ano, o setor está presente em diversos momentos da vida funcional do servidor desde a entrada na Universidade até a aposentadoria. Silvia Jardim, superintendente geral, comenta que a escolha pelo nome da Superast se deu para deixar claro o papel da equipe na atenção ao trabalhador e ao seu dia a dia.

“É importante lembrar que somos uma das portas de entrada, para além da administrativa, mas com foco na vida do trabalhador. É uma interface com o campo dos direitos da saúde e de proteção dos servidores por meio do mapeamento dos riscos e acesso aos adicionais ocupacionais, por exemplo”, explica.

A Superast-CPST é formada por uma equipe multidisciplinar, que atua em diferentes necessidades da trajetória funcional, como admissão, perícia, prevenção de riscos, vacinação, entre outros. Atualmente é composta por médicos de diversas especialidades, enfermeiros, odontólogos, psicóloga, fonoaudiólogo, nutricionistas, assistentes sociais, físicos, engenheiro, técnicos de segurança no trabalho e servidores administrativos.

Para além da doença

As mudanças no ambiente laboral podem auxiliar efetivamente a redução das doenças crônicas não transmissíveis, por isso a Superast busca abordagens de promoção da saúde como estratégia para mudanças do estilo de vida, impactando positivamente no bem-estar e reduzindo em longo prazo as taxas de absenteísmo e presenteísmo.

Antes da pandemia, as ações eram desenvolvidas por meio de atendimento ambulatorial e atividades nos campi. O Caderno de Saúde, por exemplo, um instrumento de avaliação da saúde do servidor com questões importantes no campo da saúde, perfil sociodemográfico e ocupacional, era respondido com acompanhamento presencial. O setor realizava, também, oficinas de promoção e educação de saúde por meio dos programas de caravanas itinerantes e do Agita UFRJ, onde eram abordados aspectos nutricionais, atividade física, saúde vocal, saúde osteomuscular, cardiovascular, ISTs, álcool e tabaco, dentre outros.

Com a pandemia, o Caderno de Saúde recebeu uma nova denominação − Formulário de Avaliação em Saúde do Trabalhador (Fast) −, sendo disponibilizado em formato digital, o qual o servidor pode acessar pelo site da Pró-Reitora de Pessoal (PR-4).  As atividades que antes eram presenciais passaram a ser on-line por meio das mídias sociais, com lives, podcasts, posts semanais com dicas de saúde e vídeos.

Como as atividades virtuais tiveram grande adesão, a equipe continuará com esse formato associado ao retorno do acolhimento presencial e à criação de novos projetos multiprofissionais. 

Entre eles está o Requilibre, que tem como objetivo principal trabalhar de forma coletiva, em encontros presenciais, a educação alimentar e nutricional e contribuir com a redução de índices de obesidades e comorbidades associadas à comunidade trabalhadora da UFRJ. Nesse formato de programa, todos os trabalhadores poderão fazer inscrição após a chamada de divulgação.

Para além da saúde física, a Superast também se dedica à prevenção e acompanhamento da saúde mental dos servidores. Por meio de uma política de atenção integral, a atenção psicossocial é contemplada e enfatiza as ações desenvolvidas, sua relação com a atividade laboral.

“Os trabalhadores buscam o acolhimento por livre demanda, por indicação da perícia ou mesmo por sugestão de colegas. Nos procuram para levar alguma questão difícil que estejam atravessando. Também acontece de chefias ou colegas buscarem alguma orientação para situações que percebem que algum outro servidor esteja passando”, conta.

Durante a pandemia da covid-19, a Superast teve um aumento de 50% na procura por atenção à saúde psicossocial, principalmente de profissionais da linha de frente. Assim que houve a estruturação do plantão e a divulgação do e-mail do acolhimento, o setor recebeu, em três dias, um fluxo maior que a média mensal do período pré-pandêmico. E, para além desse pico, houve um aumento sensível na média mensal dos primeiros atendimentos no acolhimento.

Próximos passos

Após o período de distanciamento social, a Superast quer aumentar a proximidade com os servidores para conhecer melhor as demandas específicas de diferentes setores. Os docentes, por exemplo, têm entre as suas principais dificuldades os cuidados com a voz. Já os profissionais que trabalham com raio-x demandam atenção quanto ao uso de equipamentos de proteção e acompanhamento de rotinas de segurança por meio da Comissão de Assessoramento à Reitoria para Atividades com Radiação (Cotar-X), que tem como base o Hospital Universitário.

De acordo com Jardim, é necessária uma capilaridade maior em uma instituição tão grande como a UFRJ para que o contato com o público seja mais direto e efetivo. Por isso, entre as ações pretendidas, está a expansão para todos os campis e, até mesmo, com apoio em cada unidade.

“Precisamos estar próximo aos servidores em seus locais de trabalho, interagindo e construindo junto com eles a saúde e a segurança, seja nos laboratórios, nos hospitais ou nas salas de aula”, defende.

Outro ponto importante em vista é a construção de uma Política de Saúde do Trabalhador, que vem sendo discutida pela Superast com apoio da PR-4. Segundo a superintendente, as equipes estão envolvidas na consolidação das práticas e dos saberes praticados no dia a dia. 

“Uma política é uma coisa que se deixa plantada igual a uma semente. Ela pode mudar, deve ser atualizada, mas precisamos trilhar esse caminho para assegurar o fortalecimento do trabalho”, conclui.