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Curso de acesso a comissões de heteroidentificação da UFRJ abre vagas

Curso de formação é obrigatório para participação nas comissões e abordará conceitos sobre o racismo e a luta negra no Brasil

Até a próxima quarta-feira (10/3), a Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação (PR-1), receberá inscrições para a terceira edição do Curso de Formação para Comissões de Heteroidentificação, as quais apreciam a veracidade de quem se autodeclara preto ou pardo para acesso à graduação na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

O curso, obrigatório para participação nas comissões de heteroidentificação, será composto de oito aulas e abordará conceitos que tocam o contexto do racismo e da luta negra no Brasil. Racismo estrutural e institucional, ancestralidade, diáspora africana, necropolítica, genocídio, encarceramento, branquitude e colorismo serão alguns dos temas discutidos nesta edição. Ministrarão os conteúdos do curso professores e alunos da UFRJ, docentes e estudantes da rede privada de ensino, militantes do movimento negro, assessores técnicos da área de Segurança e Direitos Humanos e parlamentares negros. 

“O curso traz um vasto conteúdo teórico, em que a gente trata de questões valiosas sobre a compreensão do racismo no Brasil, seus efeitos e o nosso papel na formulação de políticas antirracistas na construção de uma universidade plural, representativa e democrática. Democrática ela já é, mas, quando a gente fala democrática, é no sentido dessa abertura da inclusão que foi proporcionada pela Lei 12.711 [lei que prevê cotas]”, afirma Denise Góes, coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ.

Denise Góes coordena a Câmara de Políticas Raciais da UFRJ, fundada em 2018 | Foto: Artur Moês (Coordcom/UFRJ)

Alunos, professores, técnicos-administrativos e terceirizados da UFRJ podem se inscrever no curso. Pessoas sem vínculo com a Universidade que possuam interesse em assistir às aulas devem enviar e-mail para camarapoliticasraciaisufrj@gmail.com, explicando brevemente o motivo do interesse e mencionando a universidade em que estuda ou trabalha, para análise da comissão do curso. Ainda que os terceirizados e integrantes da comunidade externa não possam atuar nas comissões, aprenderão conceitos importantes para compreensão do racismo no país.

O curso acontecerá de 17 a 31/3. As aulas serão assíncronas, ou seja, os alunos poderão escolher o melhor horário para estudar, bem como poderão assistir aos conteúdos quantas vezes quiserem na plataforma AVA UFRJ. Ancestralidade e Diáspora Africana será o tema da aula inaugural e seu acesso será público, no canal da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ no YouTube.

Oportunidade de conhecimento sobre a luta contra o racismo

Para Denise Góes, o curso é uma oportunidade e não uma mera formalidade. “Para além de estar preestabelecido pela Orientação Normativa nº 4, de 6/4/2018, que todos os participantes que forem ser heteroidentificadores devem passar por um curso de formação, a realização desse curso é importante para a formação de uma consciência racial crítica e, principalmente, para o controle social da política pública de democratização de acesso”, destaca.

“A gente vem observando que, a cada ano, mais servidores técnico-administrativos e docentes, assim como os discentes, estão tomando para si a tarefa e participando ativamente desses cursos para atuarem nas comissões”, completa Denise.

“O papel das comissões de heteroidentificação está para além de apenas heteroidentificar. Na verdade, as comissões acabam tendo um papel educador e pedagógico. Esses cursos são formulados sob a luz do racismo estrutural e o que ele desenha e arquiteta para a comunidade negra. Então, a gente tem que discutir o racismo estrutural e o racismo institucional numa perspectiva de que eles não existam mais e que a gente realmente tenha uma universidade mais plural”, finaliza a coordenadora da Câmara de Políticas Raciais da UFRJ.

Clique aqui para se inscrever no curso de formação.