Elementos ornamentais e artísticos do Jardim das Princesas e do Paço de São Cristóvão, sede do Museu Nacional, resistiram ao incêndio de 2018. Com o objetivo de higienizá-los e prepará-los para a fase de obras nas fachadas e coberturas do palácio, o Projeto Museu Nacional Vive deu início à conservação e proteção desses bens integrados.
Ornamentos de salas históricas do Paço, como a Sala do Trono, a escadaria monumental de mármore e o famoso meteorito Bendegó são alguns dos elementos que receberão os serviços nesta etapa, além de pisos e pinturas murais. As intervenções reafirmam o compromisso do Projeto Museu Nacional Vive de respeitar e preservar a história do edifício-monumento, um patrimônio do Brasil tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O trabalho, que segue até julho de 2021, alcançará ainda as fontes de gnaisse e guirlandas em alto-relevo, bancos e tronos, mosaicos de conchas e fragmentos de louças do Jardim das Princesas. De grande valor histórico, acredita-se que foi a imperatriz Teresa Cristina, por ser italiana, quem introduziu a técnica românica do embrechamento nos bens integrados do Jardim, a qual consiste em incrustar conchas e cacos de louças sobre a argamassa fresca. A técnica teria sido repassada às suas filhas, que adornaram a fonte, os tronos, os bancos e as guirlandas existentes. Um dos tronos, inclusive, possui a data de aniversário de seis anos da Princesa Isabel: 29/7/1852.
A etapa da obra foi contratada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no âmbito do Projeto Museu Nacional Vive, no valor de R$ 1.781.302,15. O desenvolvimento específico desta fase da obra será executado pela Construtora Biapó, vencedora da licitação. A empresa atua desde 1994 na área de restauração de patrimônio histórico e acumula experiências muito bem-sucedidas. Entre elas, a obra de conservação da Igreja da Pampulha (Belo Horizonte – MG), projetada por Oscar Niemeyer, com painéis de azulejo de Cândido Portinari, e a restauração das fachadas principais do bloco histórico do Paço de São Cristóvão, em 2008, momento em que a cor amarela do Período Imperial foi resgatada. A empresa também se caracteriza por promover atividades educativas e socioculturais combinadas com as ações de restauro, envolvendo as comunidades mais próximas.
Sobre o Projeto Museu Nacional Vive
O Projeto Museu Nacional Vive é resultado de uma cooperação técnica firmada entre a UFRJ, a Unesco e o Instituto Cultural Vale.
Com patrocínio platina do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Bradesco e Vale, apoio do Ministério da Educação (MEC), bancada dos deputados federais do Rio de Janeiro, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o Projeto aposta na mobilização social e articulação permanente de parcerias para reconstruir e devolver o Museu Nacional/UFRJ à sociedade o mais breve possível.
O projeto é orientado pelos princípios da transparência e participação e conta com a parceria de instituições como a Associação Amigos do Museu Nacional (Samn).