As imagens apresentadas aqui se referem apenas a um estudo de caso inicial, não se constituindo projeto definitivo. São imagens preliminares que mostram tão-somente os estudos para algumas salas. Muitas pesquisas ainda serão realizadas e todo o processo será acompanhado de perto pelo Iphan, responsável pela aprovação de todos os projetos. Cores e demais intervenções arquitetônicas ainda serão definidas.
Um museu ainda mais aberto à comunidade, integrado ao cotidiano da população carioca e em diálogo com outros patrimônios históricos do bairro de São Cristóvão é o que a sociedade brasileira e mundial pode esperar do futuro Museu Nacional/UFRJ. Estes são alguns dos conceitos que, somados ao respeito à identidade arquitetônica e à trajetória do Paço de São Cristóvão, vão orientar o desenvolvimento do projeto executivo de arquitetura e restauro do Museu.
A elaboração do projeto, que engloba estudos arquitetônicos, de legislação, fluxos de circulação, sustentabilidade, acessibilidade, segurança, conforto ambiental, entre outros, ficará a cargo do consórcio H+F Arquitetos e Atelier de Arquitetura e Desenho Urbano, vencedor de uma licitação realizada pelo Projeto Museu Nacional Vive.
Sob a coordenação imediata da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a licitação contou com o aporte técnico de renomados especialistas das áreas de arquitetura, patrimônio cultural, engenharia e museologia, bem como de representantes de instituições especializadas como o Conselho Internacional de Museus (Icom Brasil) e o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), que integraram uma comissão de análise das propostas criativas submetidas ao edital.
“É com muita alegria que anunciamos o resultado do processo de contratação da empresa responsável pelo projeto de arquitetura e restauro do Museu Nacional. A Unesco, que atua em várias partes do mundo na conservação de museus e de seus acervos e coleções, assim como na capacitação de especialistas em instituições museológicas, pode, mais uma vez, usar o melhor da sua expertise aqui no Brasil. Esse novo projeto arquitetônico atenderá aos mais rigorosos padrões internacionais de acessibilidade e segurança, o que tornará o Museu Nacional uma fonte renovada de cultura e história ainda mais integrada à comunidade. No momento em que o mundo atravessa uma das crises mais difíceis de sua história, a busca por soluções conjuntas e inovadoras é imperativa para termos, no menor prazo possível, o Museu Nacional aberto para o público”, afirma Marlova Jovchelovitch Noleto, diretora e representante da Unesco no Brasil.
Para Nivaldo de Andrade, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), “esta iniciativa do Projeto Museu Nacional Vive de contratar o projeto de reabilitação arquitetônica do Paço de São Cristóvão a partir das propostas conceituais e metodológicas apresentadas pelos concorrentes é de grande importância, pois coloca a qualidade do projeto de intervenção e seus aspectos teórico-metodológicos como critérios fundamentais. Para mim, foi uma honra participar deste processo, representando o IAB na Comissão Assessora. Devo ressaltar a qualidade técnica e a experiência no tema de todos os profissionais envolvidos no processo, inclusive dos escritórios concorrentes. O projeto vencedor certamente será capaz de não só restaurar o Paço de São Cristóvão, bem individualmente tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas também de reconstruir simbolicamente o Museu Nacional, agora adequado às demandas museais contemporâneas”.
O edital contemplou ainda aspectos previstos no Programa de Revitalização do Museu, desenvolvido antes do incêndio, por servidores da instituição. “Ficamos muito felizes com os avanços do Projeto Museu Nacional Vive, que consiste, entre outros, na restauração e reconstrução do Palácio. O projeto de arquitetura do seu interior encontra-se em formação, que será feito em conjunto com diversos parceiros, incluindo o Iphan, levando-se em conta o que queremos ser: um museu de História Natural e Antropologia inovador, sustentável e acessível que promova a valorização do patrimônio científico e cultural e que, pelo olhar da ciência, convide à reflexão sobre o mundo que nos cerca e, ao mesmo tempo, nos leve a sonhar. A escolha do consórcio para a realização do projeto de arquitetura é o primeiro passo decisivo nessa direção”, afirma Alexander Kellner, diretor do Museu Nacional.
Para Hugo Barreto, diretor presidente do Instituto Cultural Vale e que também integrou a Comissão Assessora, o trabalho conjunto é fundamental para a excelência do Projeto Museu Nacional Vive. “O Instituto Cultural Vale, a Unesco e a UFRJ têm uma parceria inovadora e que vai além do aporte financeiro para a reconstrução do Museu Nacional. A união de expertises das instituições é um grande diferencial na estrutura de governança do Projeto Museu Nacional Vive. A troca de experiências e tecnologias permite trazermos o que cada um tem de melhor para o projeto. Isso garante o desenvolvimento integrado de cada uma das etapas, aprimoramento e sustentabilidade da gestão do museu e ainda otimiza a realização de múltiplas iniciativas, além de garantir a boa execução e perenidade das ações planejadas”, afirma.
A reitora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho, celebra mais este passo na reconstrução do Museu Nacional. “Agradecemos aos servidores públicos da UFRJ envolvidos nas atividades de resgate e recuperação do acervo, como a equipe do Escritório Técnico da Universidade, e à parceria das instituições que vêm construindo conosco os mecanismos que culminaram com a celebração de um modelo de gestão inovador e que associa instituições públicas e privadas no intuito de desenvolver para a sociedade brasileira e para o mundo o que poderá ser um dos melhores museus de História Natural do planeta. Vamos continuar juntos com este objetivo e aguardando a chegada de novos parceiros. Em 2021, está prevista a inauguração do campus de Pesquisa e Ensino do Museu Nacional e, em 2022, pretendemos inaugurar o Bloco 1, com a celebração do bicentenário da Independência do Brasil”.
O arquiteto Pablo Hereñú, do consórcio H+F Arquitetos / Atelier de Arquitetura e Desenho Urbano, vai coordenar o desenvolvimento do Projeto. “Estamos profundamente comprometidos e entusiasmados em contribuir para a recuperação de um equipamento tão importante para o país. Nossa proposta busca o restauro não apenas do Paço de São Cristóvão, mas também do conjunto de espaços livres que o circundam, ampliando a integração do Museu com a Quinta da Boa Vista e organizando um conjunto mais articulado e inclusivo”.
O investimento do Projeto Museu Nacional Vive, nesta fase, será de R$ 2.695.212,50. O prazo de execução das atividades contratadas é de 18 meses.
Mais novidades
Agenda de obras e serviços no Paço de São Cristóvão – 1º semestre de 2021
Mês | Atividades |
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Fevereiro | Início dos serviços de higienização e proteção dos elementos artísticos. Alguns elementos ornamentais e artísticos do Jardim das Princesas e do Paço de São Cristóvão, como a escadaria monumental, forros, pisos e pinturas decorativas resistiram ao incêndio de 2018 e serão higienizados e protegidos. |
Abril | Início da obra de restauro das fachadas e coberturas do Bloco Histórico do Paço. |
Sobre o Projeto Museu Nacional Vive
O Projeto Museu Nacional Vive é resultado de uma cooperação técnica firmada entre a UFRJ, a Unesco e o Instituto Cultural Vale.
A iniciativa conta com patrocínio platina do BNDES, Bradesco e Vale; e apoio do Ministério da Educação (MEC), bancada fluminense da Câmara de Deputados, Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e Governo Federal, por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O Projeto aposta na mobilização social e na articulação permanente de parcerias para reconstruir e devolver o Museu Nacional/UFRJ à sociedade o mais breve possível.
A reconstrução do Museu Nacional é orientada pelos princípios da transparência e da participação; e conta com a parceria de instituições como a Associação Amigos do Museu Nacional (Samn).