A Superintendência de Tecnologia de Informação e Comunicação da UFRJ realizou, entre os meses de abril e junho, um levantamento para verificar o acesso à internet banda larga dos 60 mil estudantes da universidade, com o intuito de avaliar a adoção do ensino remoto, aprovado pelos colegiados superiores, nos cursos de graduação e de pós-graduação. O link para o preenchimento do formulário foi enviado por meio do Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (Siga), para estudantes; e por intermédio das direções de unidades, para técnico-administrativos e professores.
O número total de respondentes foi de 23.309 xa0estudantes, sendo 18.841 de graduação e 4.310 de pós-graduação, e 151 do Colégio de Aplicação. (Tabela 1) Ao analisar os dados da pesquisa, verificou-se que 94% dos discentes de graduação preencheram adequadamente ou tinham o DRE registrado na base de alunos da UFRJ, algo que está em constante atualização, mas foram levados em conta os registros de maio.
Para se avaliar com mais propriedade a situação dos discentes de graduação, os dados do formulário on-line foram cruzados com informações da pesquisa socioeconômica realizada no ingresso dos alunos na UFRJ, com o objetivo de se captar possíveis vieses da base de dados recolhida. Dos 57 mil estudantes na graduação, pouco mais de 45 mil responderam à pesquisa socioeconômica ao ingressarem na universidade e se encontram com matrículas ativas. Há 12 mil matrículas trancadas.
Em média, 91% dos discentes de graduação respondentes ao formulário on-line da TIC declararam ter acesso à banda larga (Tabela 2). A renda familiar é determinante para o acesso à tecnologia. Aproximadamente 82% dos discentes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo (SM) têm acesso à internet banda larga, enquanto esse percentual chega a 97% nos discentes com renda superior a 10 salários mínimos. Ou seja, dos 18.841 estudantes de graduação que responderam ao questionário, 17.123 têm acesso à internet banda larga. Entre os matriculados nos cursos de pós-graduação são 4.020 dos 4.310 respondentes.
Celulares são meio principal de acesso à internet
O acesso à internet nas residências brasileiras cresceu em 2019, com 74% da população já conectada, segundo a pesquisa TIC Domicílios, que afere informações sobre conexão à internet no país, divulgada em maio. São 133,8 milhões de usuários de internet no Brasil. Nas classes D e E, 85% dos usuários se conectam exclusivamente por smartphones. O uso do celular, como ferramenta exclusiva de acesso, é mais comum nas classes mais baixas, nas zonas rurais e entre pessoas com menor nível de instrução.
No caso dos estudantes da UFRJ com renda familiar até 1,5 salário mínimo, 85,9% dos respondentes declaram ter acesso a smartphone, contra uma média de mais de 90% em faixas mais altas de renda (Tabela 3). No caso de acesso a computadores (desktop e notebook), o acesso na faixa de renda de até 1,5 salário mínimo corresponde a75%, enquanto em faixas superiores de renda esse percentual ultrapassa 90%.
Considerando o desenvolvimento de atividades didáticas remotas, 4.281 alunos de graduação são favoráveis sem qualquer restrição; 8.489 concordam parcialmente com a adoção dessa modalidade de ensino; 6.070 discordam parcialmente, sendo que 3.858 deles rejeitam a ideia por completo. (Tabela 4)
Os dados do levantamento elaborado pela TIC auxiliaram na adoção de medidas para inclusão digital dos estudantes, como oxa0lançamento do programa de inclusão digital para ensino remoto emergencial pela Pró-Reitoria de Políticas Estudantis (PR-7), no dia 24/6,xa0que ofertará até 13 mil kits internet (chip ou chip mais modem, ambos os casos com franquia de internet móvel) a estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.