Em agosto de 2016, cinco anos depois do fim do Jornal da UFRJ, foi ao ar a primeira edição do boletim informativo Conexão UFRJ. Planejada e editada pelo jornalista Coryntho Baldez, a publicação teve como objetivo produzir reportagens sobre o contexto da Universidade, em diálogo com a sociedade. Por meio do boletim, disponível em conexao.ufrj.br e enviado mensalmente por e-mail, tivemos contato com a produção de conhecimento desenvolvida na UFRJ e pudemos ler sobre educação, política, direitos humanos, meio ambiente, inovação, tecnologias, diversidade, saúde, entre outros assuntos, sempre relacionados às questões emergentes do debate público. Quatro anos e 20 edições depois, o Conexão UFRJ passa a ser o site de notícias da Universidade.
O veículo centralizará a produção jornalística da Coordenadoria de Comunicação Social (Coordcom) e seguirá promovendo a informação, a pesquisa e a reflexão. Para tanto, publicaremos notícias, reportagens e entrevistas buscando contemplar as seguintes editorias: Cultura, Institucional, Meio Ambiente, Pelo Campus, Saúde, Sociedade e Tecnologias. Teremos também espaço para textos autorais da nossa comunidade, que serão publicados na coluna Opinião. E os artistas visuais de todas as vertentes contarão com uma galeria, podendo exibir seus trabalhos em Visualidades.
Ampliar o Conexão UFRJ, tornando o fluxo de suas publicações contínuo, acontece em um momento em que a Universidade tem sido bastante cobrada no sentido de estar mais próxima da sociedade. A demanda vem de fora − da mídia, das instituições privadas, dos movimentos sociais, de nossa vizinhança − e também de dentro − partindo de nossos estudantes, dos pesquisadores associados, das categorias de trabalhadores (docentes, técnicos-administrativos e terceirizados) e de nossos dirigentes. A demanda é antiga e, vale lembrar, muitos esforços foram empenhados antes dos nossos.
O Jornal da UFRJ, produzido, impresso e distribuído entre 2004 e 2011, recebeu cinco vezes o Destaque Andifes de Jornalismo das Instituições Federais de Ensino Superior (Ifes). Os boletins Olhar Virtual (2003−2011), Olhar Vital (2005−2011) e Em Pauta (2008−2011) tiveram grande destaque na divulgação científica da Universidade e na formação de profissionais que, hoje em dia, se destacam na mídia e, também, aqui mesmo na Universidade. O Conexão UFRJ, então, dá continuidade aos trabalhos anteriores, ciente de que não responderá sozinho à demanda da área. A cada canal aberto, é preciso retomar o fundamental debate da política de comunicação, ainda não implementada na instituição, para que se cumpra o compromisso com a informação de qualidade.
No centenário da UFRJ, o mundo enfrenta, além da COVID-19, outra guerra: a da infodemia. O excesso de informação, com maior acesso aos meios de comunicação e internet, não tornou as pessoas mais esclarecidas. Pelo contrário. A proliferação de fake news mostra como ficou complexa a tarefa de filtrar o conteúdo disponível o tempo todo. As eleições americanas e brasileiras, as mudanças climáticas, o coronavírus e outros assuntos foram influenciados pela avalanche de desinformação que ronda as mídias sociais. Dessa forma, é primordial que a Universidade se posicione, caminhando rumo à comunicação pública.
Mas o que é comunicação pública? Comentamos um pouco sobre esse termo em webinário realizado durante o I Congresso da Andifes (https://www.youtube.com/watch?v=aff58IOYAJ8), para o qual convidamos pesquisadores e profissionais da mídia para pensar os desafios da Universidade nessa aproximação com a sociedade. Em breves linhas, podemos afirmar que se trata de uma utopia cujo principal critério é o interesse público. Esse, por sua vez, está relacionado à busca por representatividade, pluralidade e diversidade de modos de vida e visões de mundo. Também diz respeito à comunicação das ciências, ao estímulo da participação nos espaços públicos, à luta por direitos, à defesa dos bens comuns, à escuta atenta da comunidade interna e de todas as pessoas que estão fora do universo acadêmico. O que nos dizem? O que querem de nós? É preciso fazer essas perguntas.
A demanda por se aproximar da sociedade passa, assim, pela comunicação pública. E a ampliação dos canais da UFRJ requer outro exercício: o de trazer para dentro de nossa produção a comunidade e os autores que, muitas vezes, não têm espaço na mídia e, também, no sistema hierárquico da Universidade. Por isso, convidamos alunos, técnicos-administrativos, terceirizados, professores, extensionistas, comunicadores independentes e comunitários, a população de nosso entorno e o Rio de Janeiro como um todo a nos acompanhar nesta jornada rumo ao ideal da comunicação pública e acessível.
Vamos construir e nos conectar?