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Os Desafios das Universidades Públicas Federais no Brasil em pauta

Festival do Conhecimento debate desafios internos e externos das instituições

O  Festival do Conhecimento, evento virtual organizado pela Pró-Reitoria de Extensão da UFRJ, trouxe em sua primeira mesa o tema “Desafios das Universidades Públicas Federais no Brasil”. Participaram da abertura Denise Carvalho, reitora da UFRJ; Carlos Frederico Rocha, vice-reitor da UFRJ; Edward Madureira Brasil, reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG); Joao Carlos Salles, reitor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e diretor da Associação Nacional  dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes); Ivana Bentes, pró-reitora de Extensão UFRJ;  Denise Freire, pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da UFRJ; e Gisele Pires, pró-reitora de Graduação da UFRJ. À frente do cerimonial estava Igor Segóvia.

Já o debate foi mediado por Denise Carvalho e teve como participantes João Carlos Salles e Edward Madureira Brasil.

Salles iniciou a discussão com a reflexão de que o perigo pelo qual a universidade passa não é atual, ele já existe há algum tempo, sendo necessário, portanto, pensar nessa questão. Citando um relatório coordenado por Pierre Bourdieu, ele refletiu sobre o papel da universidade pública. “A universidade é um lugar, talvez o único, de confrontação crítica entre as gerações. Um lugar de experiências múltiplas – afetivas, políticas, científicas – insubstituíveis”.

Desafios das universidades

Sobre os desafios de uma universidade, Salles citou a necessidade de superação de dois déficits fundamentais. O primeiro é o déficit de representação. É aquilo que liga nossa comunidade local aos valores mais elevados da produção científica. Um exemplo é este momento em que nos mobilizamos em ações de pesquisa e solidariedade para superar a pandemia.  O segundo é o déficit de representatividade. Para ser superado, as universidades precisam de expansão e inclusão. É necessário se expandir no país, proporcionando o ingresso de mais pessoas na vida universitária, mas também realizar a inclusão, fazendo com que o povo brasileiro seja mais bem representado nos quadros docente, técnico e discente.

“Somos conhecimento, solidariedade e, além de tudo, presença. Somos uma mistura extraordinária que ultrapassa a sala de aula. Tudo aquilo que transborda a mera transmissão de conteúdo porque envolve um projeto coletivo de construção de significados. Nós somos um projeto de longa duração, um projeto de nação, de uma nação mais democrática”.

Para Edward Madureira Brasil, o maior desafio é o de fazer valer na prática o direito constitucional de autonomia das universidades, essencial para o diálogo com a sociedade. Segundo Brasil, “a autonomia universitária precisa ser construída de dentro para fora, e a sociedade deve ser balizadora desse movimento. É um processo de construção que precisa ser galgado, conquistado na nossa prática diária”.

A mesa, composta por reitores de universidades com realidades distintas, trouxe uma discussão necessária para a reflexão em tempos de ataques constantes à universidade pública  e à educação no Brasil.

O Festival do Conhecimento acontece até o dia 24 de julho. Saiba mais em https://festivaldoconhecimento.ufrj.br/