O Shanghai Ranking divulgou, no dia 29/6, o Global Ranking of Academic Subjects 2020, que examinou mais de quatro mil universidades em 54 temas, organizados em cinco grandes áreas do conhecimento: Ciências Naturais, Engenharia, Ciências da Vida, Ciências Médicas e Ciências Sociais.
Segundo o estudo, a Universidade Federal do Rio de Janeiro tem a 19ª melhor Engenharia Oceânica do mundo. Além disso, a UFRJ é a única representante da América Latina entre as 50 universidades classificadas nesse tema, ficando, inclusive, à frente de instituições renomadas, como Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), Universidade da Califórnia e Universidade de Tóquio.
O curso de graduação em Engenharia Naval e Oceânica da UFRJ é organizado pela Escola Politécnica (Poli), e o de mestrado e doutorado em Engenharia Oceânica, pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).
Além da UFRJ, apenas outras cinco instituições ofertam o curso de graduação no país, todas públicas: a Universidade de São Paulo (USP), a Federal de Santa Catarina (Ufsc), a Federal do Pará (UFPA), a Federal de Pernambuco (UFPE) e a do Estado do Amazonas (UEA). Na pós-graduação, apenas a UFRJ, USP, UFPA e a Federal do Rio Grande (Furg) têm cursos de mestrado e/ou doutorado na área.
Com laboratórios especializados e um corpo docente quase em sua totalidade formado por doutores, a Engenharia Naval da UFRJ atua na formação de recursos humanos e projetos de pesquisa, além de ter envolvimento com o setor produtivo, caracterizado por uma expressiva cartela de projetos, cursos de especialização e outras formas de consultoria.
“O reconhecimento internacional da excelência acadêmica da UFRJ é motivo de muito júbilo, principalmente no ano do seu centenário. Seguiremos no propósito de ampliar ainda mais o nosso reconhecimento acadêmico nacional e internacional em todas as áreas do conhecimento nas quais atuamos, com muita seriedade e comprometimento”
Denise Carvalho, reitora da UFRJ
A diretora da Poli-UFRJ, Cláudia Morgado, também comemorou o resultado.
“Essas notícias recebemos com enorme alegria, mas não com surpresa. Os grandes empreendimentos e inovações das empresas brasileiras no âmbito naval, oceânico e de tecnologia submarina sempre tiveram, de longa data, vasta participação de egressos do curso de Engenharia Naval e Oceânica da Poli”
Cláudia Morgado, diretora da Poli-UFRJ
A engenharia oceânica
Para o pesquisador Jean-David Caprace, coordenador do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ, o desempenho da Universidade no ranking é fruto de muito esforço. “Esse resultado reconhece a importância e o ineditismo dos trabalhos desenvolvidos”, afirma.
Ele explica o que é a área em questão, ainda desconhecida por muitos:
“A engenharia oceânica é uma combinação de vários tipos de engenharia: uma mistura de técnicas e habilidades de engenharia mecânica, elétrica, civil, acústica e química, juntamente com um entendimento básico de como os oceanos funcionam. Os engenheiros oceânicos não apenas projetam e constroem sistemas que devem resistir ao desgaste do uso frequente, mas também projetam sistemas que sobreviverão às duras condições do ambiente oceânico. A água salgada é altamente corrosiva para muitos materiais, e ventos fortes, ondas, correntes, tempestades severas e incrustações da vida marinha (como cracas) também devem ser levadas em consideração nos planos de projeto”.
Jean-David Caprace, coordenador do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe/UFRJ
Segundo Caprace, a crescente demanda pelo desenvolvimento de fontes de energias renováveis gerou um novo desafio para a criação e inovação na engenharia oceânica. “Os mares e oceanos constituem uma enorme fonte de energia renovável. Isso faz com que haja busca por tecnologias para a exploração de fontes como vento, ondas, correntes e energia térmica dos oceanos”, diz.
Além disso, as áreas de indústria petrolífera, militar, de energias renováveis, e de navegação marítima também exigem habilidades de engenharia oceânica. “Cada um desses setores afeta diretamente nosso estilo de vida de alguma forma, seja a partir de uma fonte de energia, um meio de transporte ou na defesa de nossa nação. O trabalho dos engenheiros oceânicos desempenha um papel importante em cada um desses setores de emprego”, pontua o pesquisador da UFRJ.
Para o cientista, o mercado dá sinais de expansão.
“Como a tecnologia é central no campo da engenharia oceânica, as perspectivas futuras para a carreira parecem promissoras. E, à medida que o papel dos oceanos continua a ganhar o interesse de empresas, governo e setor privado, a demanda por engenheiros oceânicos deve manter sua ascensão”
Caprace
Engenharia oceânica da UFRJ no Sisu
A UFRJ oferece 40 vagas para o curso de graduação em Engenharia Naval e Oceânica pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu) 2020.2, cujas inscrições terminam nesta sexta-feira, 10/7.
A UFRJ em outras áreas
No mesmo estudo, a UFRJ figurou no grupo das 151-200 melhores do mundo em três áreas do conhecimento: Ciências Naturais, Engenharia e Ciências Médicas. Em Ciências da Vida, ficou entre as 201-300 melhores do mundo e, em Ciências Sociais, entre as 401-500 melhores.
Veja a seguir a performance completa:
O ranking
O estudo analisou dados bibliométricos das bases Web of Science e InCites, a partir de cinco quesitos: quantidade de artigos publicados; impacto dos artigos indexados no Science Citation Index; colaboração internacional; quantidade de artigos em revistas de impacto; e quantidade de docentes que receberam prêmios internacionais.
O Global Ranking of Academic Subjects é um dos produtos do Academic Ranking of World Universities (ARWU), publicado desde 2003 pela Universidade Jiao Tong de Xangai e considerado um dos precursores dos rankings universitários.