O carnaval será diferente neste ano. O Bloco Minerva Assanhada está de volta com o enredo UFRJ, 100 Anos de Arte, Ciência e Balbúrdia. Nos preparativos para a festa, alunos, professores e técnicos-administrativos se reuniram na quarta-feira (12/2), na Prefeitura Universitária (PU), para o segundo ensaio do ano.
A retomada do bloco, criado em 2003, é uma iniciativa conjunta do Fórum de Ciência e Cultura (FCC), do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da UFRJ (Sintufrj) e da Associação dos Docentes da UFRJ (Adufrj – Seção Sindical) e conta com o apoio da PU – que ofereceu o campo de futebol, na Ilha do Fundão, como espaço para os ensaios. A ideia, porém, é não concentrar as atividades apenas lá. Já estão marcados um ensaio e um desfile no campus da Praia Vermelha e um desfile que sairá do Centro de Ciências da Saúde (CCS). Segundo a organização do bloco, o objetivo é dar visibilidade a toda a comunidade acadêmica e garantir sua participação na comemoração do centenário.
“Temos que comemorar muito os 100 anos da UFRJ. O Minerva Assanhada é mais um espaço de resistência diante de todos os ataques que as universidades vêm sofrendo. Voltamos e vamos continuar mantendo o bloco na rua para o carnaval e para outras atividades da UFRJ na defesa da educação pública, gratuita, referenciada e para todos”, garante Joana Maria de Angelis, diretora do Sintufrj.
Capaz de mobilizar a comunidade, o projeto tem contribuído para revigorar espaços dentro da Universidade. “Esse espaço da Prefeitura era um pouco abandonado e nós resolvemos fazer toda a iluminação, para que possamos ter aqui mais um ambiente de convivência entre funcionários, docentes e alunos. Um lugar para reunir o bloco não apenas no carnaval, mas o ano inteiro, e poder fazer aqui nossa balbúrdia”, explica Marcos Maldonado, prefeito da UFRJ.
Além da participação de alunos, docentes e servidores, a bateria do bloco está sendo composta em parceria com as ritmistas do Fina Batucada, grupo da Escola de Música Villa-Lobos. No ensaio, além da passagem de som e letra, foi possível acompanhar a evolução dos instrumentos. “As pessoas estão se entrosando e hoje já conseguimos ensaiar melhor algumas viradas, entradas, saídas”, explica Mestre Riko, um dos responsáveis por garantir o ritmo do bloco. “Vamos fazer uma parceria daquelas! Vai ser um blocão!”, afirmou.
Juntam-se no comando dos instrumentos os mestres Leonardo Bussinger, ex-aluno do curso de Fisioterapia, e Guilherme Tavares, aluno do curso de Medicina. “É uma honra gigantesca poder fazer parte desse momento histórico na nossa Universidade. Sou muito grato à Diretoria do bloco pela oportunidade. Temos feito uma parceria muito feliz à frente da Bateria Assanhada”, conta Bussinger, um dos fundadores da bateria universitária do curso de Fisioterapia, a Aponeurótica, e ritmista da União da Ilha.
“Um bloco de carnaval desfilando pela Ilha do Fundão, oficialmente pensado e construído por gente da UFRJ para gente da UFRJ: isso é maravilhoso e histórico. Tenho certeza que, a partir de 2020, teremos sempre o Minerva Assanhada dando seu recado e mostrando que a gente está junto para fazer ciência, arte e também uma bagunça organizada, feliz e autônoma”, completou.
Com uma letra que valoriza a história da UFRJ, a ciência e a educação, o samba-enredo funciona, ao mesmo tempo, como crítica aos ataques sofridos pela universidade pública e celebração à resistência exercida pela instituição na defesa da democracia e do ensino público e de qualidade para todos.
“Eu sou UFRJ, sempre estive aqui e, nessa data tão importante, estar defendendo esse samba no Minerva é uma honra para mim”, conta Darlene Duarte. Escolhida para ser a voz oficial do Minerva, a cantora traz a experiência de outros carnavais, já que participa como puxadora de duas escolas de samba do carnaval do Rio: a Unidos da Ponte e a União de Jacarepaguá.
Você também pode participar. É só ficar de olho na agenda completa de ensaios e desfiles. Confira o samba deste ano, leve seu instrumento e divirta-se!