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Sociedade ganha com acesso aberto ao conhecimento

O movimento de acesso livre e gratuito ao conhecimento científico está rompendo, aos poucos, o círculo de ferro do mercado de periódicos restritos e de alto custo, dominado por grandes corporações editoriais.

Embora no Brasil ainda seja baixa a adesão de pesquisadores ao modelo de revistas de acesso livre e irrestrito – ou seja, sem taxas para o pesquisador e o público –, uma parte da comunidade científica começa a adotá-lo como estratégia de divulgação.

Um exemplo é a publicação de artigos em periódicos abertos dos pesquisadores brasileiros de produtividade 1A, que representava 20,3% do total no quadriênio 2000-2003 e aumentou para 26,6% entre 2012 e 2015.

A conclusão é de um estudo de autoria de Jacqueline Leta, chefe do Programa de Educação, Gestão e Difusão em Ciências do Instituto de Bioquímica Médica (IBqM) da UFRJ, em conjunto com Elaine Hipólito dos Santos Costa, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), e Jesús Pascual Mena-Chalco, da Universidade Federal do ABC.

O estudo também cita um relatório da Comissão Europeia que registrou um percentual de 66% da produção brasileira em acesso aberto entre 2008 e 2013. A fração é maior do que a observada para os 28 países da União Europeia (51%) e outros, como o Canadá (56%), os EUA (59%) e o Japão (44%).

No entanto, diferentemente do levantamento internacional, no estudo da professora do IBqM/UFRJ não foram consideradas as produções veiculadas em periódicos híbridos, aqueles que disponibilizam os artigos online mediante pagamento de taxa.

Em entrevista ao Conexão UFRJ, Jacqueline considera conflituosa a divulgação, pelo mercado privado, de conhecimento novo financiado com recursos públicos.

“As universidades e as instituições públicas abrem os seus espaços, formam pesquisadores e, depois, os periódicos cobram para divulgar pesquisas que foram custeadas pelo Estado”, condena.

Veja a entrevista.