O Laboratório de Estudos do Discurso, Imagem e Som (Labedis) do Museu Nacional realizará no dia 22/10, às 18h, um tributo a Aritana Yawalapiti, que morreu em consequência da COVID-19 no mês de agosto. A homenagem abre o curso de extensão Política Linguística e Retomada – Revitalização de Línguas Indígenas no Brasil, organizado em parceria com o Laboratório de Línguas e Literatura Indígenas (Lali) da Universidade de Brasília (UnB). Interessados poderão acompanhar pelo canal do Labedis no YouTube.
Liderança de seu povo desde os 19 anos, Aritana foi um dos responsáveis pela criação do Parque Indígena do Xingu, na década de 1960. Atuou em defesa dos direitos indígenas, pela demarcação de terras, proteção ao meio ambiente e manutenção das culturas indígenas.
“Aritana foi um líder extremamente importante. Falava várias línguas e tinha como preocupação a perda da língua materna”, apresenta Tânia Clemente, professora da UFRJ, coordenadora do Labedis e uma das responsáveis pelo curso. “Ele morreu triste porque a língua dele está em processo de extinção”, completa Clemente, em um curto depoimento para este vídeo.
Pandemia
A COVID-19 já se alastrou por 158 etnias. Até o fechamento desta matéria, havia mais de 36 mil casos confirmados, dentro e fora das aldeias, e 846 pessoas mortas. A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e o Instituto Socioambiental (ISA) atualizam essa informação todos os dias e guardam neste link uma completa memória sobre as dificuldades enfrentadas pelas comunidades originárias no atual contexto pandêmico.
Retomada
O curso de extensão Política Linguística e Retomada – Revitalização de Línguas Indígenas no Brasil recebe inscrições até 21/10 pelo site do Sistema de Gestão de Cursos e Eventos da UFRJ. Com 60 horas, a atividade será realizada em 28 encontros semanais e terá, entre os palestrantes, a participação de Tapi Yawalapiti, filho de Aritana. Todas as aulas serão transmitidas pelo Labedis no YouTube.
Solicitado pelas próprias comunidades indígenas, o curso pretende discutir como se dão os processos de retomada e revitalização linguística, qual a importância política dessas práticas, quais os casos emblemáticos, que relação há entre a língua e a identidade étnica, entre outros temas. A expectativa é receber inscrições de estudantes, profissionais da educação e demais interessados na temática.