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Pelo Campus

Muito além do Rio de Janeiro

Comemorações do centenário destacam a presença da UFRJ para além da capital e a importância dessas ações

Os eventos virtuais que comemoraram o centenário da UFRJ contaram com diversos temas de grande interesse para a sociedade. Na tarde do dia 8/9, um dos temas discutidos foi como a Universidade tem levado suas atividades para fora da capital. As mesas “Cem coisas que você não sabia sobre o campus Duque de Caxias da UFRJ” e “A universidade vai para o interior – a história da UFRJ em Macaé”discutiram sobre esses dois campi.

O campus na Baixada Fluminense

A primeira mesa teve como participantes Carolina Braga, vice-diretora acadêmica; Silas Pessini, vice-diretor; Marcel Cunha, diretor acadêmico; e Juliany Rodrigues, diretora, todos do campus Duque de Caxias. Nela, eles destacaram pontos importantes sobre esse campus.

A história do campus tem início em 2008, quando foi criado pelo projeto de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni). O então novo polo surgiu de um acordo de cooperação entre o Inmetro, a UFRJ e a Prefeitura de Duque de Caxias. A ideia era levar a UFRJ para a Baixada Fluminense e construir um polo de ciência e tecnologia. O primeiro curso oferecido foi Ciências Biológicas – Biofísica.

Em 2018, foi inaugurada uma nova instalação em Santa Cruz da Serra e o polo passou a ser um campus. Foi batizado em homenagem ao primeiro diretor do polo de Xerém: Professor Geraldo Cidade. O campus tem hoje 57 docentes e 56 técnicos-administrativos. Conta com vários laboratórios, como o Laboratório de Informática da Graduação (LIG), Laboratório de Microscopia, Laboratório de Biologia e o Laboratório de Química. Abriga, ainda, o primeiro núcleo de pesquisa em nanotecnologia da Baixada Fluminense.

A UFRJ em Duque de Caxias não conta apenas com cursos de graduação. São 93 alunos matriculados e 87 egressos na pós-graduação.

Buscando ir além dos muros da Universidade, a relação com as comunidades do entorno se dá por meio de 22 projetos de extensão, que envolvem 137 alunos, e de um pré-vestibular popular, com aulas ministradas por estudantes de graduação e pós-graduação, técnicos-administrativos e docentes do campus.

Para Juliany Rodrigues, “o projeto Reuni levou a UFRJ a regiões do Rio de Janeiro que precisavam e precisam da Universidade. Já estamos fazendo história nesses 100 anos. A gente tem um corpo social de aproximadamente 850 pessoas circulando no campus, entre docentes, técnicos-administrativos, terceirizados, estudantes de graduação e pós-graduação. Quando estamos com esse corpo social, a gente percebe o quão importante e essencial a UFRJ é na Baixada Fluminense”.

O processo de interiorização da UFRJ em Macaé

A segunda mesa teve como participantes Leonardo Cinelli, vice-diretor; Tatiana Konno, professora do Programa de Pós-graduação em Ciências Ambientais e Conservação; Bianca Silveira, doutoranda do Programa de Pós-graduação em Produtos Bioativos e Biociência; e Fabio Faraj, chefe de compras, todos do campus Macaé.

Tatiana Konno abriu sua fala relacionando a interiorização da UFRJ em Macaé com a história do Instituto de Biodiversidade e Sustentabilidade (Nupem), que também se transformou ao longo do processo de interiorização. Segundo Konno, o Nupem teve um papel fundamental, não como instituição, mas como um grupo de pessoas motivadas a construir um novo campus totalmente compromissado com a qualidade e com os propósitos da UFRJ no interior do estado do Rio de Janeiro.

O ano de 2006 levou a primeira turma de graduação da Minerva a Macaé, atendendo ao anseio da região por cursos superiores de qualidade. Em 2008, com a adesão da UFRJ ao Reuni, outras unidades tiveram estímulo para levar seus cursos para Macaé.

Leonardo Cinelli destacou a importância do Reuni. “Esse foi o passo para que a interiorização da UFRJ fosse mais fortalecida. Essa história fica maior ainda quando o Reuni acontece. Ele foi criado em 2007 e o campus, formalmente, em 2008. Ano após ano, foram trazidos outros cursos para Macaé, como Engenharia, Química, Enfermagem, Nutrição, Medicina e Biologia. Hoje somos próximos de 3.300 alunos com matrícula ativa na instituição.” Em quase 12 anos de existência, o campus Macaé formou1.450 alunos. Graças a uma relação muito próxima com a Prefeitura de Macaé, comumente os alunos utilizam os espaços dela para seus estágios curriculares, lembrou Cinelli.

Bianca Costa trouxe para a mesa sua visão como aluna: estudou na segunda turma do curso de Farmácia, em uma época em que, segundo ela, Macaé era conhecida somente como a cidade do petróleo. “Hoje muitas pessoas já sabem que existe uma universidade federal em Macaé. A gente não está aqui só buscando a nossa formação. A gente desenvolve pesquisa dentro da Universidade. Desde o meu segundo período, mesmo nos estruturando, buscávamos locais onde fosse possível realizar pesquisa e extensão para podermos devolver um pouco mais à sociedade o que ela tem nos dado. Nessa situação de pandemia que estamos hoje, a gente precisa destacar a importância da pesquisa que a universidade federal faz no país.”

Costa destacou a importância de levar oportunidades a alunos da região, que antes precisavam se deslocar para as capitais em busca de um ensino superior de qualidade. “A gente conseguiu trazer isto para o interior do Rio de Janeiro: acesso à educação de qualidade, tanto na graduação quanto na pós-graduação”, diz a aluna.

As duas mesas trouxeram a reflexão sobre a interiorização da UFRJ e sobre o papel da universidade pública em contribuir com a pluralidade oferecendo oportunidades múltiplas.