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7ª edição do Café Unasul discute integração continental

Com foco nos jovens, evento acontece pela primeira vez no Brasil 
 

Na última terça-feira, 12 de julho, foi realizada no Fórum de Ciência e Cultura, a 7ª edição do Café Unasul, em parceria com a UFRJ. O fórum criado pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul) nasceu como resposta às inquietudes de caráter político, comuns aos países do continente.

No evento, o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, debateu junto a jovens universitários temas como direitos humanos, meio ambiente, emprego, educação, segurança e defesa, integração produtiva e tecnologia, nos panoramas nacional e sulamericano.

A democracia foi bastante discutida ao longo da dinâmica e é um dos pilares da organização. “Além de defender a paz, a Unasul nasce para defender a continuidade democrática no continente”, afirmou Samper.
 
Outra questão abordada foi a educação, entendida pela Unasul como o ponto de partida para o desenvolvimento do continente. “Somos uma região muito desigual. A educação funciona reduzindo isso, como um nivelador”, explicou. 

O secretário apresentou ainda o projeto do órgão de instituir aos cidadãos do continente uma “cidadania sul-americana”. Segundo ele, a ação facilitaria o intercâmbio de jovens na região, além de fortalecer a integração entre nações.

“Desse modo, um aluno poderia, por exemplo, começar seus estudos em Buenos Aires e terminá-los em Quito. Um médico poderia fazer sua residência em Bogotá e depois vir trabalhar no Rio de Janeiro”, disse Samper.

As propostas têm encontrado sinergia com os esforços da UFRJ na busca pela internacionalização e integração mais efetivas entre os países sul-americanos no âmbito universitário.

“É uma perspectiva muito perseguida pela UFRJ termos, de fato, uma integração maior com a América Latina, não só no ensino, mas também nas atividades de pesquisa”, afirmou o reitor Roberto Leher.

Conveniada com 32 universidades do Grupo Montevidéu, a UFRJ tem implementado planos para expandir suas ações internacionais.

“Estamos debatendo a possibilidade de intercâmbio de estudantes com dupla diplomação em alguns cursos e de mobilidade de estudantes na pós-graduação, além da possibilidade de cotutela. Eu, por exemplo, como professor da UFRJ, poderia orientar um estudante da universidade de Buenos Aires”, completou Leher.

As medidas vêm sendo reconhecidas também pelos alunos.
“Vejo isso como um esforço de internacionalização da UFRJ. O diálogo com a Unasul e com os países vizinhos é fundamental para que a universidade consiga garantir projeção para o mundo”, avaliou Guilherme Braga Alves, estudante da graduação de Relações Internacionais da UFRJ.

Para Vitor Amaral, diretor da Diretoria de Relações Internacionais (DRI) da UFRJ, “o evento cumpriu seu papel de chamar os jovens estudantes da universidade e de outras instituições do Rio de Janeiro ao debate e ao pensamento crítico sobre temas-chave para o desenvolvimento da região sul-americana”.
 


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