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Doenças transmitidas pelo Aedes aegypti são tema de workshop

O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) será a sede de um workshop sobre Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti

O Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG) será a sede de uma iniciativa para controle e orientação de pacientes, profissionais de saúde e população sobre a disseminação do zika vírus no estado do Rio de Janeiro. No dia 15 de dezembro, a partir das 8h, haverá o workshop sobre Doenças Transmitidas pelo Aedes aegypti, que contará com a participação de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias municipais de todo o estado.

De acordo com o diretor-geral do IPPMG, Edimilson Migowski, a ideia é discutir formas de atuação para combater os focos do mosquito e tratar das pessoas com o apoio científico da UFRJ. “Convidamos os responsáveis pelos hospitais da universidade, principalmente, os ligados diretamente a crianças e gestantes, para definir ações e questões de bioética”, disse.
A proposta do workshop é de elaborar dois documentos: um voltado para o público leigo e outro voltado para os especialistas em saúde. “Como proceder para identificar a doença, que orientações passar para a gestante como médico, qual repelente deve ser indicado para gestantes, e até que roupas devem ser usadas para evidenciar o mosquito e evitar ser contaminado são algumas questões que deveremos responder com esses documentos”, esclarece o diretor do IPPMG.

Ao que se sabe até o momento, o zika vírus foi descoberto na década de 1940 em Uganda, no continente africano, e identificado nas Américas apenas no ano passado. Transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, a zika é uma doença viral aguda nova, sem muitos registros na literatura médica, que causa febre, manchas pelo corpo, coceira, além de dor de cabeça, muscular e nas articulações. Apresenta evolução benigna e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após três ou sete dias. O tratamento é hidratação e medicamentos para os sinais e sintomas.

A relação entre o zika e os casos de microcefalia está confirmada pela Organização Mundial de Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde, que emitiram um comunicado pedindo que se estabeleçam capacidade de diagnóstico da doença e que se preparem para um aumento no número de casos, reforçando o atendimento pré-natal e neurológico. “Aqui no IPPMG temos 33 especialidades pediátricas. É natural que concentremos as orientações com a iniciativa”, lembrou Bruno Leite, vice-diretor do instituto.

O bebê com microcefalia nasce com o cérebro e o crânio menor que o tamanho normal. Em geral, a condição é decorrente de alguma infecção adquirida pela mãe durante a gravidez, como toxoplasmose, rubéola e citomegalovírus. Em nove entre dez casos, a microcefalia está associada a um atraso no desenvolvimento neurológico, psíquico e/ou motor. No Brasil, o Ministério da Saúde confirmou, até o fim de novembro, que foram notificados 1.248 casos de microcefalia no país, identificados em 311 municípios de 13 estados e Distrito Federal. No estado do Rio de Janeiro, segundo dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), foram registrados, até 30/11, 21 casos da malformação congênita. A média, nos últimos 10 anos, é de 12,8 casos por ano. Confira a programação do workshop, que acontece no Anfiteatro Nobre do IPPMG, que fica na Rua Bruno Lobo, 50 – Cidade Universitária: