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Memória

Em cerimônia de posse, decana do CFCH conclama a “vencer a incompetência que nos acomete”

A professora Lilia Guimarães Pougy foi empossada como decana do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) da UFRJ, na última sexta (15/08). A cerimônia ocorreu no Auditório Manoel Maurício de Albuquerque, em sua lotação máxima. Estiveram presentes docentes, servidores técnico-administrativos e estudantes, que parabenizaram a nova decana.

No discurso de abertura, o ex-decano, professor Marcelo Macedo Corrêa e Castro deixou duas mensagens: “A primeira é de gratidão. Muito obrigado por terem compartilhado comigo sua competência e seu afeto, em busca de planos e sonhos e por terem escrito comigo uma parte da história do CFCH. A segunda é de esperança. Esperança nos que sonharão de novo os nossos sonhos. Esperança nos que nos surpreenderão com seus novos projetos. Esperanças nos que nos deixam com a certeza de que a história não se repete, mas se renova e se refaz, como promessa e como realidade”, completou o professor associado da Faculdade de Educação (FE) da UFRJ.

O vice-reitor Antônio Ledo disse que “o humano não está colocado no lugar que deveria estar”. Para o professor da Faculdade de Medicina, o que faz um docente desejar se tornar um dirigente vai além da vaidade. “A função de gestor nos coloca muitas responsabilidades, nos desafia a ser esperançosos. Tenho certeza de que Lilia nos apontará um caminho importante”, afirmou Ledo.

O reitor Carlos Levi destacou os desafios enfrentados pelos gestores públicos. “Ninguém está vocacionado a ser reitor, decano, diretor… São processos que a vida vai colocando e nós vamos seguindo, aprendendo.  É um processo permanente de aprendizado. Neste trajeto, vamos transformando algumas convicções e fortalecendo outras. A universidade é um espaço de debates e o CFCH é profícuo nisso. E isso é bom. Temos a generosidade de não agredir além dos limites, saber ouvir e refletir. É esse processo diuturno e dialético que temos que construir. É através dessa disputa de ideias que surgem as possibilidades de mudança”, completou o reitor da UFRJ.

Projeto de sociedade

Em seu discurso de posse, a professora Lilia Pougy ressaltou que foi “um dia de celebração” e lembrou as conquistas da última gestão, quando ocupou o cargo de vice-decana, como a “relação dialógica e cordial conquistada à custa de muito trabalho e experiências que valorizaram projetos acadêmicos”. Além disso, a decana destacou o “vigoroso trabalho de recomposição do quadro de servidores”, a criação do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas em Direitos Humanos Suley Souza de Almeida (Nepp-DH), o Instituto de História (IH) e a transformação da Escola de Educação Infantil (EEI) em órgão suplementar do CFCH. A professora associada da Escola de Serviço Social (ESS) da UFRJ destacou também os desafios para a próxima gestão: “Quatro de nossas unidades acadêmicas têm sua sede em prédios históricos tombados e regulados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional): Faculdade de Educação, Escola de Comunicação, IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) e IH (Instituto de História), o que dificulta sobremaneira o desenvolvimento de suas atividades. No caso do Palácio Universitário, reformas inconclusas e o trágico incêndio na capela, em março de 2011, produzem uma situação insustentável e inadmissível, o que vulnerabiliza o corpo social da Faculdade de Educação, instalada no segundo andar do prédio, cujo telhado tem graves avarias. Vencer a sensação de impotência e incompetência que nos acomete a cada tragédia e renovar nossa capacidade de forjar laços com vistas ao futuro é tarefa diuturna de cada dirigente da Universidade Federal do Rio de Janeiro”, afirmou a decana do CFCH. 

Lilia Pougy também ressaltou a necessidade de fortalecimento de princípios como a defesa da universidade pública, gratuita e laica; das decisões colegiadas das unidades, órgãos suplementares e do Conselho de Coordenação do CFCH; da transparência na gestão de recursos públicos; e da unificação da carreira docente, tanto na Educação Básica quanto na Educação Superior. “Nossa função social é formar profissionais e pesquisadores, produzir conhecimento e devolver o investimento público correspondente para a sociedade. Estou convencida de que, para tanto, precisamos ousar no enraizamento de cada uma das nossas atividades na direção de perspectivas futuras por meio da nossa capacidade de trabalharmos com um projeto de sociedade, de modo crítico e competente, na direção da ampliação da cidadania e da democracia e da efetivação dos Direitos Humanos”, concluiu.

Clique aqui para ler na íntegra o discurso da professora Lilia Guimarães Pougy.

Clique aqui para ler na íntegra o discurso do professor Marcelo Macedo Corrêa e Castro.