A cura da Aids está mais próxima. Um estudo inédito de pesquisadores da UFRJ e do Laboratório Kyolab, de Campinas, promete revolucionar o tratamento da doença. Uma planta natural do Piauí, já usada para combater alguns tipos de câncer, se mostrou extremamente promissora em testes in vitro e começará a ser testada em animais no ano que vem.
Atualmente, o tratamento-padrão contra a Aids é feito com o coquetel de drogas, que impede a replicação do vírus, mas não o elimina do organismo. O vírus fica em estado de latência.
A molécula isolada no laboratório de Campinas consegue ativar o HIV “escondido” em algumas células e quebrar o estado de latência do vírus, explica o chefe do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto de Biologia da UFRJ, Amílcar Tanuri. “Quando isso acontece, o coquetel consegue eliminá-lo”, afirma.
Segundo os pesquisadores, já foram testados mais de dois milhões de moléculas em laboratórios internacionais e nenhuma delas se mostrou ativa contra o vírus da Aids. Essa abordagem no desenvolvimento de drogas contra a doença é inédita.
A pesquisa ainda está em fase inicial e a substância será testada em macacos rhesus antes dos testes em seres humanos. Mesmo que ainda haja um longo caminho a percorrer, os estudiosos consideram que o novo medicamento poderá representar o maior avanço dos últimos anos para a cura da Aids.