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Especialistas debatem futuro da energia eólica

Por seu clima e terrenos propícios, a região Nordeste é considerada a de maior potencial em geração de energia eólica, matriz energética gerada a partir da força dos ventos, vantajosa por seu potencial não poluente. Segundo palestra do professor Dorel Ramos, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), realizada na Casa da Ciência da UFRJ, a região Sul chega a importar energia da região.

O docente esteve no workshop “Políticas estratégicas de inovação e desenvolvimento tecnológico em energia eólica”, promovido pelo Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), ligado ao Instituto de Economia (IE) da UFRJ. O evento, que ocorreu na última terça-feira (27/9), reuniu empresários do setor e especialistas de universidades como USP, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), instituições como Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para discutir as perspectivas da indústria eólica em benefício do Brasil e na geração de receita.

Para Dorel Ramos, um dos problemas gerados pela capacidade nordestina é a grande valorização dos investimentos na região, em detrimento das demais. “O custo de implementação de uma eólica no Sul pode ser mais caro, mas se investido não se gastará em importação”, explicou o docente. O professor acredita que caso a realização de leilões de concessão de investimento se descentralizasse, auxiliaria no desenvolvimento industrial de cada região.

Tadeu Matheus, gerente de suporte técnico da empresa de energia eólica Wobben Windpower, ressalta que cada vez mais o Brasil está produzindo seu próprio material no setor, evitando o mercado externo. “Estamos interessados em novas linhas de desenvolvimento do produto nacional e do estudo do vento, além de ajudar na participação da eólica no mercado livre”, afirmou.

No mundo, 7,2% do total de energia gerada é eólica. Considerada uma fonte de energia mais segura e menos poluente, ainda é pouco investida no país, por ser supostamente cara e de pouco retorno energético. No entanto, alguns especialistas afirmam que é uma das melhores opções para o esgotamento dos combustíveis fósseis e da instabilidade das usinas nucleares.