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Erica: para cuidar da saúde do coração de nossos jovens

Pesquisadores de 21 instituições de pesquisa e ensino brasileiras vão avaliar as condições de saúde de 74 mil jovens. É o Projeto Erica (Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes), apresentado, na última quarta-feira (1/6), pela professora Kátia Bloch, em  seminário realizado no auditório do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva (Iesc/UFRJ). A ideia é levantar os diversos indicadores relacionados a diabetes, obesidade e fatores de risco cardiovascular (níveis de lipídios e pressão arterial, entre outros), além de marcadores de resistência à insulina e inflamatórios em estudantes da rede de ensino de 13 estados brasileiros.

Coordenada pelo Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Iesc/UFRJ), o estudo vai avaliar 1.251 turmas de 134 cidades brasileiras com mais de cem mil habitantes, incluindo todas as capitais do país. “A diversidade de parceiros é o ponto forte do projeto. Aqui na UFRJ contamos com o apoio do Instituto de Nutrição Josué de Castro, da Faculdade de Medicina, do Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde, do Instituto de Biofísica, do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira e do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho”, informou a professora.

Em agosto, começa a primeira fase da pesquisa de campo do Erica. Munidos com PDAs (Personal Digital Assistants, em inglês) – pequeno computador de mão capaz de armazenar dados que são transferidos para uma rede de informática maior  –  os pesquisadores visitarão uma escola municipal, outra estadual e ainda uma da rede  particular das cidades do Rio de Janeiro (RJ), de Campinas (SP), Botucatu (SP) e de Feira de Santana (BA). Eles aplicarão questionários e vão aprimorar as metodologias que serão utilizadas em âmbito nacional a partir de 2012. As perguntas serão sobre alimentação, hábitos e histórico familiar de doenças. Além disso, os estudantes passarão por uma bateria de exames, que inclui medições de peso, altura e perímetro de cintura, verificação da pressão arterial e até coleta de sangue.

Segundo Kátia Bloch, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística cederá cerca de 2 mil PDAs para a fase mais abrangente do projeto Erica. “A logomarca do projeto foi desenvolvida pelo cartunista Ziraldo e simboliza de forma simples o objetivo do estudo: cuidar da saúde do coração de nossos jovens. Ele também o responsável pela cartilha que será entregue aos pais e estudantes esclarecendo sobre a importância de participar da pesquisa”, revelou a professora, que acredita poder contar com personalidades brasileiras atuando de forma voluntária em campanhas de convencimento.

Para a professora Kátia Bloch a estratégia de controle de qualidade do estudo é fundamental. “É importante que os resultados da avaliação e dos exames tragam retorno para todos os envolvidos. As anormalidades detectadas serão informadas às famílias, que serão orientadas sobre o que devem fazer, de procurar um posto de saúde à reeducação nutricional”. Segundo a professora do Iesc, alguns estudos suplementares já estão surgindo com pesquisadores interessados em estudar aspectos diferentes dos riscos cardiovasculares. A conclusão do Erica está prevista para daqui a um ano e meio.