Considerando vida sedentária, hábitos alimentares inadequados e pré-disposição genética como fatores de risco, constata-se uma correlação entre obesidade e diabetes em cerca de 80% dos casos. Segundo o endocrinologista João Régis Ivar Carneiro,  a cirurgia bariátrica vem se mostrando eficaz no tratamento do diabetes.

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Cirurgia bariátrica pode curar diabetes

Considerando vida sedentária, hábitos alimentares inadequados e pré-disposição genética como fatores de risco, constata-se uma correlação entre obesidade e diabetes em cerca de 80% dos casos. Segundo o endocrinologista João Régis Ivar Carneiro,  a cirurgia bariátrica vem se mostrando eficaz no tratamento do diabetes.

O número de pessoas obesas no mundo, atualmente, é tão alarmante  que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já considera a obesidade mórbida a “grande epidemia global do século XXI”.

O excesso de peso traz consigo uma série de complicações como doenças cardiovasculares, hipertensão arterial e diabetes. Considerando vida sedentária, hábitos alimentares inadequados e pré-disposição genética como fatores de risco, constata-se uma correlação entre obesidade e diabetes em cerca de 80% dos casos – pelo menos 80% dos pacientes diabéticos têm excesso de peso.

De acordo com a Fundação Mundial de Diabetes (World Diabetes Foundation – WDF), a quantidade de portadores da doença deve aumentar em 65% na América Latina nos próximos 20 anos.  O Brasil está entre os dez países com maior percentual de diabéticos no mundo, apresentando  6,4% de sua população geral doente.

Segundo o endocrinologista João Régis Ivar Carneiro, do Departamento de Nutrição e Diabetes do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF/UFRJ) e vice-presidente da Regional Rio da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD-RJ), a cirurgia bariátrica vem se mostrando eficaz no tratamento do diabetes mellitus tipo 2, forma mais comum da doença. Estes pacientes apresentam produção normal de insulina pelo pâncreas, mas a resistência dos tecidos à substância impede a absorção da glicose pelo organismo, elevando, assim, a taxa de açúcar na corrente sanguínea.

A intervenção cirúrgica

Para o médico, logo nos dias subsequentes à cirurgia, já é possível perceber uma evolução favorável do diabetes nos pacientes. “Muito antes de uma perda de peso significativa, obtém-se melhora dos níveis de glicose e de insulina circulantes.”

O procedimento cirúrgico cria um atalho para o alimento, desviando-o do duodeno à parte final do intestino. Esta técnica altera a secreção de alguns hormônios intestinais, como o GLP-1 (glucagon like peptide – 1), produzido em porções terminais do intestino delgado. “Além da maior secreção de insulina, o hormônio promove retardo no esvaziamento do estômago, gerando um estado de saciedade prolongado e redução da fome”, explica o especialista.

Reeducação alimentar e atividade física

Alguns fatores podem comprometer os resultados obtidos pela cirurgia: a recuperação do peso, o tempo de doença – quanto maior for o tempo em que o paciente conviveu com o diabetes no pré-operatório, menor a eficácia do procedimento cirúrgico em longo prazo – e a necessidade de aplicação de insulina endovenosa.

A redução drástica na ingestão calórica no período pós-operatório contribui para a normalização do controle metabólico, no entanto, o sucesso do procedimento médico depende muito do estilo de vida do paciente. “O sucesso da cirurgia está condicionado à manutenção de hábitos alimentares saudáveis e da prática de atividades físicas, uma vez que a idade e pré-disposição genética são fatores que interferem na gênese do diabetes e não podem ser controlados através de intervenções cirúrgicas”, alerta o endocrinologista