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Decanos e diretores debatem o trânsito na Cidade Universitária e alocação de vagas docentes

O aumento da frota de veículos que transitam pela Cidade Universitária (Ciduni) e os transtornos causados por esse fluxo crescente foram temas de debates na Plenária de Decanos e Diretores, realizada nessa segunda-feira, 26 de abril, na qual também foram discutidas as atividades da Comissão Temporária de Alocação de Vagas (Cotav), cujo relatório será apresentado ao Conselho Universitário, no dia 13 de maio.

O diagnóstico do problema, que fora apresentado, anteriormente pela Prefeitura Universitária ao Conselho Superior de Coordenação Executiva (CSCE) mostrou que as saídas do campus — para as Linhas Vermelha e Amarela — sofrem com retenções causadas pelo tráfego das duas vias.

Segundo informações recolhidas em setembro de 2009 e apresentadas pelo vice-prefeito da UFRJ, Ivan Carmo, 65 mil pessoas circulavam diariamente pela Ciduni, em dias comuns, e 74% utilizavam transporte coletivo, ao passo que uma em cada quatro pessoas utilizava seu próprio veículo. De acordo com Carmo, o pico de acesso ao campus é por volta das 8h, quando adentram a ilha do Fundão cerca de 1500 veículos por hora, apenas pelo Portão 3.

Na avaliação da Prefeitura, a causa dos congestionamentos mais frequentes é o aumento da frota de veículos individuais — consequência da maior facilidade de financiamento para aquisição de carros e motos, nos últimos anos — e a realização de obras complexas e de longa duração, tanto no campus quanto no seu entorno (o asfaltamento da Linha Vermelha deverá ser concluído pela Prefeitura Municipal só em setembro).

Medidas para o trânsito

O vice-prefeito apresentou aos decanos e diretores estatísticas que mostram de quais partes da cidade provêm os passageiros de ônibus que circulam pela Ciduni. Aqueles que vêm da Zona Norte são maioria, com 32,75%; os que vêm da Zona Sul somam 24,28%; da Zona Oeste, 15,68%; da Grande Niterói, 6,06% e da Baixada Fluminense, 5,49%. Carmo garantiu aos conselheiros que os números são muito semelhantes, na análise dos acessos por veículos individuais.

Carmo explicou que a Prefeitura estuda diferentes possibilidades para amenizar o congestionamento das ruas da Ciduni. Uma delas seria a instalação de redutores de velocidade, as chamadas lombadas eletrônicas, nas avenidas Horácio Macedo e Carlos Chagas. Outras opções seriam a canalização do fluxo de tráfego nas horas de pico, com a utilização de funcionários com equipamento de proteção, cones e dispositivos pesados de barreira; revisão da rede de semáforos e a divulgação de infrações nos colegiados e mídias da universidade.

No que tange à infraestrutura, a Prefeitura Universitária tem dois projetos: a Ponte Sul, na saída da Ciduni para a Linha Vermelha, no sentido Centro, Tijuca e Zona Sul; e o Acesso Norte, na saída da Ciduni para a Linha Vermelha, no sentido Baixada Fluminense e Ilha do Governador.

Helio Matos aproveitou a oportunidade para esclarecer que a Estação de Integração da Cidade Universitária — em construção, próxima ao Instituto de Pediatria e Puericultura Martagão Gesteira (IPPMG) — eliminará retenções que são formadas no ponto de ônibus da passarela da Linha Vermelha e oferecerá uma solução urbanística para a área, hoje ocupada por trailers, atrás do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF).

Matos informou ainda que a UFRJ foi procurada pelo governo estadual para que a Ciduni seja incluída no trajeto da ligação BRT (bus rapid transit, corredor de ônibus) entre avenida Brasil e o aeroporto Antonio Carlos Jobim, uma ampliação do projeto original que estabelecia ligação entre a Barra da Tijuca e a Penha. Além disso, a UFRJ negocia com a Prefeitura Municipal o estabelecimento da integração ônibus-metrô Praça XI-Cidade Universitária, nos mesmos moldes das linhas 696A e 634A.

Alocação de vagas docentes

O presidente da Cotav, professor Renato Ramos, debateu com os diretores de unidades acadêmicas e decanos a atuação da Comissão, cujo relatório será levado à apreciação do Conselho Universitário em maio.  A Comissão teve a difícil tarefa de propor uma divisão justa das 245 vagas docentes de conversão e de expansão entre todas as unidades acadêmicas da UFRJ.

De acordo com Ramos, o modelo usado pela Cotav neste ano, utilizando dados oficiais entregues pelas unidades, é pioneiro e deve servir como referência para as Comissões que serão constituídas no futuro.

O reitor Aloisio Teixeira destacou que nunca a universidade recebeu tantas vagas para professores, como em 2010. Boa parte delas para conversão de professores substitutos em efetivos, o que fará com que no futuro a universidade só tenha substitutos nos casos previstos pela lei.

O decano do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), Marcello Corrêa e Castro, ressaltou que as Cotavs constituídas nos anos 2000 foram melhores do que as da década anterior, pois recompuseram unidades cujos quadros docentes haviam sido drasticamente reduzidos e, ainda que não tenham agradado a todos, não despertaram sensação de injustiça.