Professora da Universidade de Quebec fala da experiência canadense na resolução dos problemas da cidade.

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Memória

Palestra no Ippur debate movimentos sociais urbanos

Professora da Universidade de Quebec fala da experiência canadense na resolução dos problemas da cidade.

 Na última segunda, dia 23, Anne Latendresse, vice-diretora do Centro de Estudos e Pesquisas Brasileiras da Universidade de Québec (Canadá), foi a convidada da palestra “Grandes projetos e movimento sociais”. O encontro, organizado pelo professor Carlos Vainer – do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional (Ippur/UFRJ) – debateu as transformações e intervenções do espaço metropolitano de Montreal e suas relações com os movimentos sociais urbanos.

A canadense falou sobre a região metropolitana de Montreal: uma ilha que, até 2001, era divida em 27 municípios junto a uma região central. A unificação, em 2002, aproximou municípios de língua inglesa aos de língua francesa, gerando alguns problemas de comunicação na comunidade. Em 2006, 15 municípios conseguiram sua independência de volta, em relação à região metropolitana.

Latendresse citou também as atuais estratégias para atrair investimentos para a cidade, como a possibilidade de construção de um bairro empresarial e de negócios, além da revitalização da rede de canais. A docente comentou ainda os resultados de sua pesquisa sobre os movimentos urbanos e sociais da cidade que debatem temas como meio ambiente, transportes e imigração. Um dos exemplos bem-sucedidos foi a resistência contra a construção de um cassino num bairro pobre de Montreal, que ameaçava remover os moradores de suas casas. “Os movimentos urbanos não deveriam ser tão heterogêneos, mas sim unificados, o que lhes traria mais força para reivindicações”, analisou.

Anne Latendresse ressaltou a cooperação entre a Universidade de Québec e a UFRJ e lembrou que alunos canadenses estão no Rio de Janeiro com o objetivo de avaliar os preparativos da cidade para os Jogos Olímpicos de 2016. “Estou impressionada com a proximidade entre regiões de baixa renda e de elite no Rio de Janeiro. Por exemplo, as favelas que se situam no bairro de Copacabana, uma situação que não ocorre em Montreal”, comentou.

Carlos Vainer lembrou que a visita de Latendresse faz parte do projeto “Metrópoles, Desigualdades e Planejamento Democrático”, parceria entre UFRJ, USP e a Universidade de Quebéc. O objetivo é debater e trocar informações sobre os movimentos sociais, conflitos e projetos urbanos. “O Rio de Janeiro vive situação semelhante ao caso da construção do cassino em Montreal: moradores da Vila Autódromo são contrários à construção da Vila Olímpica, que demoliria casas e expulsaria seus habitantes”, comparou.