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Fundação Osório é tema de reflexão na Jornada de Iniciação Científica

No dia 06/10 o seminário intitulado “A educação feminina nas instituições asilares do Rio de Janeiro” foi realizado na Escola de Comunicação da UFRJ. Parte de um das várias sessões da Jornada de Iniciação Científica, o trabalho de autoria da bolsista pela Faculdade de Educação Helena Dantas, sob a orientação da professora Irma Rizzini, abordou aspectos do ensino às mulheres nos primeiros trinta anos do século XX. A Fundação Osório foi o principal objeto de estudo.
Fundada em 1907, a Fundação Osório nasceu como parte de um projeto similar ao que vinha ocorrendo desde o Pós-guerra do Paraguai: o acolhimento de filhos órfãos de militares. O que a diferenciava de instituições como o Imperial Colégio Militar, de 1889, é que o inicialmente “Orfanato Osório” voltava-se para o ensino exclusivamente feminino. Religiosa em princípio, a Instituição alcançou a autonomia em 1924, mantendo até hoje o cunho militar.
Segundo Helena Dantas, já havia nesse período uma preocupação com a formação da figura feminina. No entanto, o fosso da participação no espaço público entre mulheres e homens tornava-se evidente na própria grade escolar oferecida pela Fundação Osório. Incluíam-se cuidado da casa, economia doméstica, puericultura, dentre outros. A missão seria a de “guiar a futura dona de casa e mãe de família, ou a que se destina a serviços especiais.”
O interessante, de acordo com a autora da pesquisa, é notar como a participação feminina já se efetivava de modo nítido sem que, com isso, a mulher perdesse o papel a que estava originalmente submetida. A idéia seria formá-las tanto no âmbito doméstico quanto para a vida em sociedade pública.
Ainda na mesma apresentação, Dantas expôs para os ouvintes um dos métodos utilizados por ela para fazer a pesquisa: a análise fotográfica. Utilizando o livro “A fotografia como fonte para a historiografia educacional sobre o século XIX: uma primeira aproximação” de Diana Gonçalves Videl. “A gente entende que a foto tirada esteja represente um valor que já esteja presente na maneira de se ver [o mundo]”, indica Helena Dantas.
A palestra, coordenada pelo professores Sílvio de Almeida Carvalho Filho (do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) e pela professora Maria da Glória Botelho (da Faculdade de Educação), ambos da UFRJ, contou com a participação de muitos ouvintes, dentre eles alunos de educação, psicologia e história.