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Atualidades da fonoaudiologia

O auditório Halley Pacheco, no 8° andar do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF), recebeu na última terça-feira, dia 30, o V Atualidades em Fonoaudiologia: “Desvendando nossas práticas”. Organizado pelo curso de fonoaudiologia da Faculdade de Medicina da UFRJ, o evento busca tratar de temas dos diversos campos da fonoaudiologia promovendo o trabalho dos profissionais da área.

O evento, que já é tradição na universidade, é coordenado pelos professores Gladis dos Santos e Charles Marques, que deram as boas-vindas aos presentes e apresentaram o fonoaudiólogo e psicanalista Carlos Alberto de Matos Ferreira, que ministrou a primeira palestra. Com o tema “A importância da imagem e do esquema corporal na clínica”, ele abriu as apresentações da mesa.

Segundo o fonoaudiólogo, o tema é amplo e  objeto de discussão de vários campos da psiquiatria, da neurologia e da psicomotricidade. Ele ressaltou a forte relação do tema com a fonoaudiologia e buscou trazer questões importantes para reflexão. Carlos criticou o debate sobre a importância da psicanálise na fonoaudiologia. Ele considera  a disciplina de grande importância para o curso.

“Se os bois, os cavalos e os leões tivessem mãos, os bois desenhariam deuses com a forma de bois, os cavalos com a forma de cavalos e os leões  com a forma de leões. Todos fariam deuses com corpos semelhantes a seus próprios corpos. Acho que esse é um dado importante para pensarmos essa relação entre imagem e esquema corporal, de que a imagem que nós temos é sempre uma idealização de nós mesmos”, citou Carlos.

Ele conta que sob a ótica clássica o conceito de esquema corporal foi criado pelo neurologista Henry Head em 1911,  quando ele faz uma ruptura entre os problemas em que havia  desordem motora com problemas necessariamente de lesões neurológicas. Sob a ótica clássica, o conceito de imagem corporal foi estabelecido pelo psiquiatra Paul Schilder, 1935, ao sustentar que a imagem do corpo é constituída em suas bases psicológicas e das influências sociais nas suas relações com os outros.

O especialista falou ainda da ideia de um “estado do espelho”, quando a criança começa a relacionar sua imagem e seu nome ao próprio corpo.  Explicou o processo pelo qual ela passa do estado em que se vê no espelho, mas não associa a imagem de si ao estágio em que, através de um adulto, ela começa a relacionar a imagem refletida a si mesma. Outro exemplo é na fala, quando por volta dos três anos de idade a criança passa a não mais se referir na terceira pessoa e começa a usar o “eu”.

O evento contou também, dentre outras, com uma palestra sobre análise acústica da voz, com a fonoaudióloga Flávia Viegas.