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O que o pediatra deve saber sobre ultrassonografia Obstétrica

 Jorge Luiz Pereira Barreto, Gineco-obstetra do ambulatório materno-infantil do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG/UFRJ), ministrou na última terça-feira (23/06) a palestra “Ultrassonografia Obstétrica: o que o pediatra deve saber”. O evento fez parte de uma atividade do Centro de Estudos Professor José Martinho da Rocha e aconteceu no Anfiteatro Nobre do IPPMG.

O médico iniciou a palestra falando acerca das dificuldades no diagnóstico de problemas da gestação, como descolamento de placenta e gravidez abdominal, antes da utilização da ultrassonografia. Em seguida fez um breve relato histórico da utilização dessa tecnologia na obstetrícia desde o final dos anos 50 até os dias de hoje, com imagens ilustrativas dessa evolução.

— Mudou por completo o cuidado pré-natal e materno. Além disso, ainda permitiu aos pais a visualização do bebê e seu desenvolvimento e o conhecimento de como ele se comporta durante a vida intrauterina — apontou o professor. Por isso ele diz ser fundamental que o pediatra participe desse monitoramento, já que só ele vai poder informar como devem ser conduzidas gestações que apresentem patologias fetais.

Segundo Jorge Luiz, o primeiro caso registrado de ultrassonografia aplicada à obstetrícia foi em 1958. Em 1970 surge a ultrassonografia dinâmica, que permitiu a melhoria do diagnóstico por imagem, possível graças ao avanço da tecnologia biomédica. No Brasil a tecnologia chegou em 1974, na UFRJ. A imagem bidimensional surgiu no início dos anos 90 e, por fim, mais recentemente foi desenvolvida a ultrassonografia tridimensional.

— Com tudo isso foi criada uma nova subespecialidade chamada medicina fetal. Nós já temos, dentro do nosso departamento de obstetrícia, professores de medicina fetal. Algumas escolas médicas até pensam em separar a obstetrícia da medicina fetal — conta o gineco-obstetra.

Em seguida ele listou algumas aplicações obstétricas da ultrassonografia e suas finalidades. Citou a biometria, para avaliar o crescimento do feto, a morfologia, acompanhando os aspectos anatômicos e a frequência cardíaca fetal, possibilitando o diagnóstico de arritmias. O palestrante falou ainda dos focos de avaliação em cada trimestre da gravidez e das aplicações das variantes bidimensional e tridimensional da ultrassonografia.