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Mudanças com o Enem em discussão

A falta de informação é um dos principais motivos que levam a maior parte dos vestibulandos a disputarem vagas para os mesmos cursos. A constatação é da professora da Escola de Serviço Social (ESS/UFRJ) Andréa Teixeira, que participou, no dia 18, do debate “Vestibular X Enem: o que muda?”. O evento, promovido pelo Programa Conexão dos Saberes, ocorreu no auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), no campus da Praia Vermelha.

Dados apresentados por Andréa comprovam que quase metade dos inscritos no concurso da UFRJ opta por 27% das carreiras, enquanto outras opções apresentam poucos candidatos. A preferência é, em geral, pelos chamados “cursos imperiais”: Engenharia, Medicina e Direito. Atualmente, Comunicação e Administração também entraram na lista dos mais disputados.

– Há dezenas de outros cursos na universidade. Alguns apresentam menos de um candidato por vaga. Os estudantes devem ser informados que existe a possibilidade de ingressar na UFRJ, principalmente os da rede pública – disse ela.

Os alunos de escolas municipais e estaduais seriam os principais afetados pela concorrência do vestibular. De acordo com levantamentos feitos por universidades do Estado do Rio, muitos jovens não se inscreveriam para as provas por se julgarem incapazes de atingir a pontuação necessária para classificação.

De acordo com os resultados do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a diferença entre a média das notas dos estudantes oriundos da rede municipal e estadual e a dos alunos de instituição particular superou 25 pontos em 100. As federais, entretanto, apresentaram resultados positivos.

– As escolas estaduais e municipais deveriam ser referência. Não adianta só facilitar o acesso à universidade sem investir em um ensino de qualidade – afirmou Teixeira.

Para a professora, essa situação deve mudar com a transformação do Enem em primeira fase eliminatória da UFRJ. “Em três anos, esses estudantes saberão quantos pontos precisam fazer para entrar no curso que desejam. E se acharem que não vão conseguir, poderão escolher outro”, explicou.

O decano do CFCH, Marcelo Macedo, também participou do evento apresentando, dentre outros pontos, a história do vestibular no Brasil.