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Simpósio aborda exercícios para crianças com Síndrome de Down

Em continuidade às comemorações do seu aniversário de 70 anos, a Escola de Educação Física e Desportos (EEFD) promoveu no dia 27 de maio o II Simpósio do Labofise: Educação Física, Saúde e Qualidade de Vida. O laboratório foi fundado pelo professor Maurício Rocha, ainda quando a EEFD se localizava no campus da Praia Vermelha, sendo o primeiro do país a se dedicar à fisiologia do exercício.

O evento ocorreu nos dias 27 e 28 de maio. Durante o primeiro dia, foram apresentados alguns dados sobre a prática de exercícios por portadores da Síndrome de Down e quais os cuidados que devem ser tomados. De acordo com o palestrante, Vinícius Barros, professor do Labofise, por conta de modificações no DNA, os portadores da síndrome apresentam tendência à obesidade, diminuição da força muscular e déficits nos reflexos. “Apesar de ocorrer melhora com o tempo, não é uma melhora significativa”, explicou Vinícius Barros.

A hipotonia muscular ou baixa tonicidade dos músculos pode ainda causar problemas osteoarticulares. Segundo Vinícius, “a hipotonia pode causar escoliose, deformidade de pés, instabilidade atlantoaxial e baixa mobilidade articular, que impede a criança portadora da síndrome de fazer alguns exercícios”, explicou.

A instabilidade de vértebras da coluna cervical limita as atividades físicas que podem ser realizadas pelas crianças. “Muitas das crianças que possuem essa instabilidade não podem fazer cambalhotas ou rolamentos por conta dos riscos de gerar quadros ainda mais graves, como a mielopatia cervical”, comentou o professor. Essa instabilidade está presente entre 10% e 20% dos casos.

Após a apresentação dos efeitos da Síndrome de Down, o palestrante apresentou dados cineantropométricos coletados com crianças portadoras da doença. Tais dados são constituídos por medidas antropométricas (dobra cutânea, perimetria e estatura) e alguns aspectos motores. A coleta desses dados é importante, pois eles podem dar informações sobre o crescimento da criança.

— Ao fazer uma avaliação antropométrica na escola, o mínimo que eu terei será a informação quanto ao crescimento da turma, se estão abaixo ou acima da curva de crescimento ideal, se há alto número de casos de obesidade. Assim, o profissional pode trabalhar esse quadro e, mais tarde, fazer uma reavaliação e ver se há variação na composição corporal, através da atividade que eu estou propondo — explicou Vinícius.

Os dados mostrados pelo palestrante mostram que 83% dos portadores de Síndrome de Down apresentam sobrepeso ou obesidade, e que o sobrepeso se concentra na região abdominal. Mas o quadro pode ser amenizado com exercícios específicos “É muito importante que nós, educadores, façamos a avaliação corporal para propor programas especializados tanto para as crianças com a síndrome quanto para as crianças sem a síndrome”, concluiu o professor.