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Navegar é preciso

 O reerguimento da indústria náutica brasileira foi a tônica da aula inaugural da Engenharia Naval, ocorrida nesta quinta-feira (19/03). Em um auditório lotado, José Sergio Machado, cearense de nascimento, ex-senador e atual presidente da Petrobras Transporte S.A. (Transpetro), motivou calouros e veteranos a trabalharem pelo crescimento da profissão que escolheram.

Machado fez questão de costurar passado e futuro na apresentação que havia preparado. Destacou que a fabricação de navios, por muito tempo, foi o “patinho feio” da indústria nacional. Dizia-se inclusive que era impossível retomar essa atividade, que foi iniciada, segundo o palestrante, pelo Barão de Mauá, empresário gaúcho responsável, entre outras coisas, pela Estrada de Ferro Mauá, a primeira do país.

A situação econômica e geopolítica do mundo serviu como ponte para destacar a importância que o Brasil vem conquistando por ter “feito o dever de casa”, nas palavras de Machado.

Considerando que os oceanos são a única forma de fazer a ligação comercial entre os povos em grandes volumes, o presidente lembrou que a história do mundo é marcada por disputas para a conquista dos mares. Disse, ainda, que apesar da importância estratégica que a produção de navios tem para o Brasil, o sufocamento da indústria náutica foi a solução encontrada para se lidar com seus problemas.

A retomada dessa produção, para Machado, foi fruto de muito trabalho, pesquisa e determinação.

– Vocês jovens têm que compreender que um homem é do tamanho de seus sonhos. E quem estabelece o limite somos nós. Se você tem um projeto bom, com base, e se você acredita no que está fazendo, as dificuldades são superadas – explicou.

Cinqüentenário

A aula inaugural foi a primeira palestra de uma série que se pretende fazer ao longo do ano, em comemoração aos 50 anos da criação da graduação em Engenharia Naval na UFRJ.

A programação é intensa. Foi anunciado, no evento, que está prevista a organização de um livro que listará todos os engenheiros formados pela Escola. A idéia é resgatar, de forma documental, a memória do cinqüentenário. Também serão feitas entrevistas com pessoas que detenham a memória do curso, o que compõe um banco de dados que vai ser disponibilizado no site da Engenharia Naval. Por fim, haverá programas esportivos que envolvam alunos e ex-alunos.