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Células da medula óssea no tratamento de asma em estudo

Soraia Carvalho Abreu, mestranda em Ciências Biológicas – Fisiologia, defende sua dissertação Terapia com células mononucleares derivadas da medula óssea em modelo murino de asma alérgica crônica, no próximo dia 10 de março, às 9 h, na sala G1-022 do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, localizado no edifício do Centro de Ciências da Saúde (CCS), Cidade Universitária. Orientado pelo professor Marcelo Marcos Morales e por Patricia Rieken Macedo Rocco, o estudo tem por objetivo avaliar os efeitos da terapia com células mononucleares derivadas da medula óssea em modelo murino de asma alérgica crônica.

Para isso a pesquisadora formou quatro grupos de 11 camundongos fêmeas escolhidos aleatoriamente. No primeiro grupo, OVA, as cobaias foram sensibilizadas com 10 mg de ovalbumina (OVA, ip) durante sete dias alternados e, após 40 dias, desfiadas com 3 instilações intratraqueais de 20 mg de ovalbumina com intervalo de 3 dias entre elas.  No grupo-controle, C, os camundongos foram submetidos ao mesmo protocolo anterior, porém se utilizou salina. Já no segundo e terceiro grupos, C+CEL e OVA+CEL, os animais receberam células mononucleares derivadas da medula óssea (2×106) pela veia jugular 24 horas antes do primeiro desafio intratraqueal.

A partir de então, Soraia analisou a mecânica pulmonar (pressões resistivas e viscoelásticas e elastância estática), a histologia (microscopia óptica, eletrônica e confocal), o remodelamento das vias aéreas e parênquima pulmonar (conteúdo de fibras colágenas e elásticas), a expressão de α-actina e o RNAm para fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), o fator de crescimento endotelial vascular (VEGF) e o fator de crescimento semelhante a insulina (IGF) de cada integrante dos grupos formados.

Ao final do processo, o grupo OVA apresentou significativo aumento das pressões resistiva e viscoelástica, elastância estática do pulmão, além de ampliação do colapso alveolar, da infiltração eosinofílica, de broncoconstrição e do conteúdo de fibras colágenas e α-actina quando comparadas ao grupo-controle. O grupo OVA+CEL apresentou redução significativa nos parâmetros da mecânica respiratória, assim como menor colapso alveolar, infiltrado inflamatório, conteúdo de fibras colágenas, α-actina e expressão de PDGF e VEGF.

Esses resultados levaram a mestranda a concluir que a terapia com células mononucleares derivadas da medula óssea minimiza o processo inflamatório e de remodelamento, evitando alterações na mecânica pulmonar em modelo murino de asma alérgica crônica.