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Sexualidade, estresse e assistência domiciliar são tema do Congresso de Extensão

Nesta quinta-feira, durante o 5º Congresso de Extensão, foi apresentada uma série de trabalhos com temáticas variadas. Tratando desde o abuso sexual infantil até a Síndrome de Burnout, espécie de estresse que afeta, principalmente, profissionais ligados às áreas de Educação e Saúde, o Congresso visa debater as principais atividades de Extensão da universidade. Confira abaixo alguns dos trabalhos apresentados.

Quando hospital vai à casa
 
“Ver um paciente como um todo”, assim define Camila dos Santos Moreno sobre a experiência de participar do Programa de Assistência Domiciliar Interdisciplinar. Representando o grupo das acadêmicas de enfermagem da UFRJ (Rita Batista, Silvana Teixeira, Andréa Furtado, Bruna da Silva Prandi), Camila apresentou o trabalho Do Senso Comum ao Autocuidado Sadio no Cuidado de Enfermagem na Atenção Hospitalar.  Durante a apresentação, ela destacou a importância de se ir até a residência das pessoas e o papel dos cuidadores no processo de acompanhar a progressão do bem-estar das pessoas.
 
Com quem conversam sobre sexualidade?
 
Os pais ainda são as principais fontes com quem os adolescentes conversam sobre sexualidade. Segundo a pesquisa realizada pelos estudantes do curso de Serviço Social da UFRJ, quando o assunto é esse 38% dos jovens preferem dialogar com os familiares. O resultado surpreendeu os acadêmicos que acreditavam que os filhos tivessem vergonha de comentá-lo com o pai ou a mãe. A pesquisa é parte do trabalho Homens e Saúde: uma análise da relação entre adolescentes do sexo masculino e a saúde. Na ocasião, foram entrevistadas 76 pessoas, entre 10 e 19 anos, durante um evento da UFRJMar, em Cabo Frio. Por essa amostragem, 19% deles tiveram a primeira relação sexual aos 13 anos.
 
Abuso sexual infantil
 
K, 12 anos, apresentava humor oscilante durante as reuniões de grupo. Parecia querer revelar algo aos psicólogos e estagiários, mas deixava para depois. Finalmente, num questionário anônimo, revela que desde os cinco anos sofre abusos sexuais do cunhado. O relato é do Projeto Interagir: um olhar diferencial à demanda clínica individual surgida em Programa de Orientação em Saúde Sexual e Reprodutiva. “Era um grito de socorro a revelação no questionário. Acontece neste processo uma clivagem (fragmentação) eu com a criança sentindo-se confusa e culpada”, explicou Priscila Monteiro que apresentou o trabalho. “A própria família tem um comportamento dúbio parecendo não acreditar na menina que se sente ainda perseguida pela irmã que a acusa de ter sido responsável por seduzir o marido”.
 
Quem cuida dos cuidadores?
 
O estresse facilita todo tipo de doença e alcança inclusive os responsáveis pela saúde do próximo. Mal remunerados e pressionado a produzir, os profissionais da saúde são alvos da Síndrome de Burnout que leva ao esgotamento e a despersonalização. O suporte social de família, igreja e, principalmente, ambiente de trabalho torna-se fundamental. Partindo desta perspectiva, acadêmicos de medicina e nutrição apresentaram o projeto Cuidando dos cuidadores: Experiência no PSF Ponte das Laranjeiras em Piraí- RJ.  “Percebemos que as equipes só se encontravam nas reuniões, mesmo assim  não eram bons momentos pois evidenciavam conflitos, hierarquia de discursos e uma participação obrigatória. Para melhorar o clima, instituímos um lanche da tarde, com um cardápio saudável, no qual as pessoas tinha outro tipo de interação. Ao final, quando viemos embora, recebemos um almoço de despedida como retorno”, explica a formanda de medicina, Ligia Lorandi.