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Arrastaram o Funk

O arrastão que aconteceu na Praia do Arpoador em outubro de 1992 mudou a imagem do funk e dos funkeiros no Rio de Janeiro. As novas representações sobre este movimento surgido nos morros cariocas foram abordadas por Rhaniele Ferreira e Fellipe Barroso no trabalho “O Arrastão de 1992 e o Funk Carioca: o surgimento de uma nova representação”.

Os estudantes afirmam que a praia é um espaço democrático apenas teoricamente. No Rio, as praias assumem o símbolo de status social à medida que, em seu entorno, cresce a especulação imobiliária. O lugar vira também símbolo de tendências de moda. Tais características se vinculam a pessoas com maior poder aquisitivo e que se sentem ameaçadas ao dividir a areia com moradores de favelas.

Depois do arrastão de 1992, que acentuou os sentimentos de medo e insegurança nas praias cariocas, o funk e seus principais atores saíram das páginas culturais de jornais e revistas para o noticiário policial. A partir de então, houve uma naturalização da associação entre funk e violência, afirmam os autores do trabalho.

O artigo de Rhaniele e Fellipe, alunos do Instituto de Psicologia da UFRJ, teve a orientação das professoras Ângela Maria Arruda e Lílian Ulup, e faz parte do Projeto Universo do Funk Proibido no Rio de Janeiro.


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