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Distorção da imagem corporal em atletas

O trabalho “Distorção da imagem corporal em atletas de ginástica rítmica desportiva, nado sincronizado e remo”, foi apresentado hoje (4/11) na Jornada de Iniciação Científica por Marceli Frulani Amexoeira, aluna da Escola de Educação Física e Desportos da UFRJ. Fátima Palha e Suyane dos Santos foram as professoras responsáveis pela orientação da pesquisa.

Segundo Marceli, a ginástica rítmica é um esporte que exige graça e beleza, associadas à técnica de execução. O nado sincronizado se destaca por ser atualmente um dos poucos esportes onde só há a participação feminina. Já o remo segue uma linha diferente dos outros dois, o que foi importante para que houvesse uma comparação no estudo realizado.

– Alguns desses esportes exigem leveza, e para que isso ocorra, os técnicos cobram um controle dos atletas para manterem baixo peso corporal. Todas as exigências associadas à pressão da mídia e da sociedade, podem levar o indivíduo à distorção da imagem corporal -, aponta a aluna. De acordo com ela, o objetivo do trabalho foi verificar a freqüência com que isto ocorre e mensurar a composição corporal dos atletas destes esportes.

Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal, em que a amostra foi composta por atletas de clubes do Rio de Janeiro. “Para ginástica rítmica analisamos 29 atletas com idade aproximada de 14 anos. No nado sincronizado, foram oito com idade média de 18 anos. Já para remo, cinco atletas com média de 19 anos”, observa Marceli. O método utilizado para identificar a distorção da imagem corporal foi um questionário que avaliou o nível de insatisfação de cada indivíduo com seu corpo. “É composto por 34 ítens, onde cada um possui seis opções de respostas, com diferentes pontuações atribuídas. A classificação é feita através da pontuação do atleta no questionário. Se ele obtém 80 pontos ou menos, o padrão é de normalidade. Caso fique entre 81 e 110 pontos, há uma leve distorção. Já para 111 a 140 pontos, distorção moderada, e, acima de 140, grave distorção da imagem corporal”, explica a estudante.

Dentre os resultados obtidos, ginástica rítmica apresentou 65,7% dos atletas dentro do padrão de normalidade, nado sincronizado 37,7% e remo 62,5%.  Ginástica rítmica obteve maior incidência de distorção grave, com índice de 6,9. O nado sincronizado não apresentou casos moderados nem graves, no entanto foi o esporte que mais obteve índices de distorção da imagem corporal.

– Recomendo a orientação de profissionais especializados em Psicologia para os atletas com este problema, já que os especialistas da área de Educação Física não estão aptos a diagnosticarem o distúrbio -, finaliza Marceli.


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