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Fonoaudiologia em Destaque aponta novo paradigma

 Organizado pelos alunos do 8º período, o Fonoaudiologia em Destaque, em sua sétima edição, apresentou uma temática peculiar, que chamou a atenção tanto dos participantes, quanto dos professores palestrantes. Prova disso, foram as 80 pré-inscrições – mais de 70% da capacidade do auditório Halley Pacheco do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) –-, onde o evento foi realizado, nessa terça-feira, dia 20 de maio.

O tema “A fFonoaudiologia na pPromoção da sSaúde”, segundo Margareth Attianezi, mestranda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e, atualmente, professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, é uma quebra de paradigmas, uma vez que o foco é transferido das patologias para a saúde em si. “Embora a nossa formação seja extremamente voltada para as doenças e distúrbios, estamos todos falando de uma coisa muito maior que não recebe o valor merecido, o lugar da saúde”, esclarece.

–- À época do convite, fiquei imaginando o porquê da escolha do tema “Promoção à saúde”. Em primeiro lugar, não há imagens impactantes e gravações de pacientes – o que sempre faz sucesso – a respeito disso e em segundo, não há escritas diferenciadas. Então entendi que o objetivo era como preparar a fonoaudiologia para pensar saúde –, diz a professora.

O evento coloca em discussão, com a curiosa temática, questões sociais e políticas, que vão além da do bem-estar. As características da sociedade, na qual os indivíduos circulam, são muito diferentes daquelas de algumas décadas atrás. Estresse, desemprego, violência e envelhecimento precoce da população geram disfunções, as quais os profissionais da área têm de saber atenuar ou controlar. Além disso, se faz necessário democratizar políticas de saúde pública.

Margareth Attianezi, que trabalha no Núcleo de Estudos da Saúde do Adolescente lembra também dos contrastes ainda existentes no Brasil. “Enquanto a população brasileira duplica em 40 anos, o setor de saúde não pode se restringir somente à assistência para a doença. O doente, que antes era objeto da ação, torna-se sujeito, capaz de ajudar na conceituação e na metodologia do tratamento”, afirma.

O coordenador do evento, professor Roberto Martins, ratifica a idéia ao expor a pretensão do VII Fonoaudiologia em Ddestaque. “Queremos que os profissionais e estudantes tenham uma abertura para esse pensamento e, em função disso, o curso de fonoaudiologia está se preparando, ao já apresentar em sua grade, disciplinars – em teorias e práticasóricas e práticas –-, que estãodisciplinas voltadas para a promoção de saúde e atendimento à comunidade.”

Um exemplo é a “Práticas Fonoaudiólogas V” que, de acordo com Margareth, que também atuou como professora substituta na UFRJ nos últimos cinco anos, propõe o conhecimento da realidade local de uma unidade básica de saúde e insere o aluno na rede SUS, a partir do sexto período do curso, ampliando sua esfera de informação.