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Serviço de fisioterapia neurológica

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O serviço público brasileiro é, muitas vezes, duramente criticado pela sociedade por apresentar deficiências básicas no atendimento à população. Porém, esta mesma sociedade não sabe que há, sim, serviços públicos de qualidade que trazem imensos benefícios à comunidade. É o caso do serviço de fisioterapia do Instituto de Neurologia Deolindo Couto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

O Professor José Vicente Martins, supervisor do Serviço de Fisioterapia do Instituto de Neurologia, salienta que há serviços públicos de boa qualidade, como o oferecido pelo Instituto de Neurologia da UFRJ. Vicente é professor de Fisioterapia Neurológica da UFRJ, supervisor de estágio e especialista no método Kabat, que é um método europeu de reabilitação que ajuda a melhorar as incapacidades de um indivíduo de uma forma geral, ou seja, ajuda o paciente a andar melhor, a realizar as atividades básicas físicas diárias, como se alimentar, se vestir, trocar de posições na cama etc. O professor nos concedeu uma entrevista em que explicou como funciona o serviço de fisioterapia neurológica.

AF – O que é o serviço de fisioterapia neurológica e como ele começou?
JVM – O serviço de fisioterapia neurológica começou com o professor Haroldo Leitão há muitos anos. Eu comecei a participar dele em 1995, ao trazer para o Instituto de Neurologia o curso de Fisioterapia da UFRJ.

AF – Esse serviço recebe alguma verba da universidade ou do governo federal?
JVM – Não recebemos nenhuma verba do governo federal. Esse serviço recebe verbas do curso de Fisioterapia da UFRJ/ Faculdade de Medicina, oriundos de alguns projetos e cursos.

AF – Qual é a clientela atendida e quais os casos mais graves e freqüentes?
JVM – Além dos pacientes da comunidade, atendemos também pessoas que moram na Zona Sul, em bairros distantes do instituto e até de outros municípios. Geralmente, nossos pacientes são vítimas de acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, traumatismos cranianos, demências, paralisias faciais periféricas e além de vários tipos de doenças neurológicas.

AF – A sociedade, muitas vezes, não sabe que existem serviços gratuitos, de boa qualidade, prestados pela Universidade. O senhor não acha que este tipo de serviço deveria ser mais divulgado?
JVM – Acho que sim, porque são serviços voltados para a comunidade, gratuitos, supervisionados por professores e que apresentam bons resultados. Temos aqui, por exemplo, grupos de atendimento de doença de Parkinson. Os pacientes passam a ser acompanhados por nossa equipe, ficando aqui em atendimento durante um bom tempo.

AF – Quem trabalha nesse serviço?
JVM – Além de mim, há outra professora da UFRJ, Fernanda Guimarães. Há também alunos do 7º e 8º períodos do curso de Fisioterapia, que vêm pra cá para supervisão de estágio.

AF – Quais os resultados obtidos pelo tratamento?
JVM – Nossos resultados são muito interessantes e significativos. Temos atendimentos individualizados e em grupos, que tem a duração de 50 minutos a 1 hora, com estagiários supervisionados por professores.

AF – Qual o procedimento que a pessoa deve seguir para conseguir ser atendida por esse serviço?
JVM – Primeiro, a pessoa precisa passar por um neurologista ou neurocirurgião aqui do hospital. Então, será feito um encaminhamento para a Fisioterapia, onde a pessoa irá fazer uma inscrição na secretaria. Após isso, ela será chamada para uma avaliação em que será determinado o tratamento mais adequado para o seu caso.

AF – Qual a média de pacientes atendidos diariamente?
JVM – A média atendida é de 30 a 40 por dia.