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UFRJ: Ensinando a integrar

A integração sempre foi um dos grandes objetivos do reitor Aloísio Teixeira à frente da UFRJ. Para isso, os alunos, o mais numeroso dos três agentes sociais acadêmicos, têm papel fundamental não só na criação de novas idéias de integração, como, e, principalmente, na sua perpetuação.

agencia2208T.jpg“É inimaginável que a geração do saber dessa universidade se dê exclusivamente através de caixinhas fechadas do conhecimento. Vencer a fragmentação significa, antes de mais nada, criarmos uma nova cultura dentro da universidade, uma cultura de aproximação, de trocas horizontais”
Prof. Aloísio Teixeira em discurso na sessão solene do CONSUNI,em comemoração aos 85 anos da UFRJ.

A integração sempre foi um dos grandes objetivos do reitor Aloísio Teixeira à frente da UFRJ. Nos seus primeiro dois anos de mandato, Aloísio priorizou as iniciativas que articulassem a quebra das fronteiras entre os diversos cursos e unidades da universidade. Com isso, as chamadas “caixinhas do conhecimento” cada vez mais se abrem para formar uma rede de perpetuação do saber integrada e coesa e fazer da UFRJ, além de um espaço acadêmico, um lugar de intenso convívio social e cultural. Para isso, os alunos, o mais numeroso dos três agentes sociais acadêmicos, têm papel fundamental não só na criação de novas idéias de integração, como, e, principalmente, na sua perpetuação.
“Vejo com muita alegria que os alunos de hoje têm essa preocupação com a integração entre os cursos. Na minha época não era diferente, mas a situação política não permitia que fossem colocadas em prática as idéias. Tínhamos outras preocupações e sofríamos com a falta de uma democracia que legitimasse os nossos movimentos”, afirma o ex-estudante de administração da UFRJ e hoje comerciante, Douglas Azevedo, que na década de 70 coordenou diversas ações integratórias na universidade, entre elas, eventos esportivos intercursos.
“Vivemos numa época de muita individualidade, de cada um por si, por isso é fundamental que se pense a coletividade ainda na universidade”, diz.
Pólo integrador por natureza, o esporte aparece como o principal campo de atuação dos alunos que visam essa integração. Disputada semestralmente desde o início do ano passado, a Copa Campus da UFRJ já vai para sua 4ª edição, juntando diversos cursos da universidade num torneio de futebol que mobiliza cerca de 500 alunos. Além da atividade desportiva em si, o que já seria bastante louvável, acontece uma grande interação entre os alunos que passam a conhecer um pouco mais das particularidades dos cursos alheios. Organizada pela Rádio online Ecomidia, mantida por um grupo de alunos da Escola de Comunicação, a Copa Campus já recebeu, inclusive, um convite para ter seu campeão fazendo um jogo amistoso contra o campeão de um torneio similar da UFMG, ultrapassando, com isso, as barreiras da integração interna para a externa.
“Com a Copa, vários alunos passaram a conhecer melhor uns aos outros, fazer amigos e a participar mais efetivamente da vida acadêmica de cursos que não os seus”, atesta Daniel Gomes, do time Onze Homens e um Segredo, de Administração.
Outra iniciativa de sucesso que une o esporte e a universidade é o time de basquete da UFRJ, atual campeão universitário no masculino e terceiro colocado no feminino. Além dos alunos de educação física, as duas equipes contam com a participação de alunos de outros cursos, como Engenharia, Física, Ciências Sociais, Letras, etc, dando mais uma mostra de que a integração acadêmica está em voga na universidade.
“Acho que cada vez mais a UFRJ está aprendendo a se conhecer através de sua integração”, afirma Marcelo Dominguez, aluno da Escola de Educação Física e organizador de vários torneios de tênis dentro da unidade.
Mas não é só no esporte que os alunos estão mobilizados. Na parte cultural, outra área naturalmente integradora, existem algumas iniciativas que ajudam na coesão da UFRJ. Além das tradicionais festas e chopadas, alguns eventos promovidos pelo conjunto discente da universidade recebem, até mesmo, gente de outras faculdades, como é o caso do Sararte, um sarau cultural organizado pelo Centro Acadêmico da Escola de Comunicação da UFRJ em parceria com alunos da Escola de Belas Artes. Nele, acontecem oficinas onde os alunos das duas unidades praticam ensinando o que aprendem nas suas aulas regulares. O UFRJmar, festival realizado na região dos lagos pelo programa de extensão multidisciplinar UFRJmar, integra os alunos entre si e com as comunidades locais, com ciência, arte, esporte e cultura do nosso litoral, cultivadas pela Universidade, sob a forma de oficinas interativas.
“Esses eventos culturais são importantes para a universidade como um todo e para a principal função social dela, que é integrar e unir as várias diferenças que a constitui”, diz a estudante da ECO Sâmea Santos.